“É preciso ter versatilidade e buscar o conhecimento, só assim os beatmakers podem encontrar a melhor forma de reviver o sample”, afirma Renan Samam, o campeão da primeira fase da Liga dos Beats, evento que reúne os melhores produtores da cena independente de São Paulo. “A disputa depende muito do que é feito em estúdio. Equipamentos, software, equalização adequada, mixagem, entre outros elementos, são fundamentais para o bom desempenho do beatmaker”, comenta, de maneira calma e pausada.
Renan Samam é MC do grupo 4ª Estrofe, mas ganhou destaque nos últimos dias através de seus intrumentais. Além de fazer beats para os próximos trabalhos do grupo Savave e de Fernandinho Beatbox, Saman é o homem que fez a base de “Emicídio”, primeiro single da nova mixtape do Emicida. “Emicídio” traz a ira e o olhar meticuloso do rapper que se consagrou com a mixtape ‘Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe…’, pois nela letra e base casam perfeitamente. Mas como foi feita essa parceira entre o beatmaker e o MC?
“Eu tinha feito o instrumental para o Kamau, pois foi ele quem me apresentou a música do artista oriental Ravi Shankar, peguei o sample e fiz o beat , mas o Kamau ouviu e achou que a base era a cara do Emicida”, conta Samam. O instrumental ainda passou pelas mãos do DJ Nyack até chegar aos ouvidos do Emicida que, segundo o beatmaker, se identificou imediatamente e começou a escrever a letra de “Emicídio”. Ele confirma outra parceria com o MC: “Fiz um beat para um projeto com o Nave, e ele também apresentou a música para o Emicida. Depois de alguns contatos, firmamos mais uma participação para a mixtape que vai ser lançada em setembro”.
Renan Samam conquista espaço na cena e passa a ter seu trabalho disputado pelos MCs. Ao usar a sensibilidade para criar beats, o jovem artista ilustra bem o conceito de representação: apresentar uma ideia novamente, mas de forma diferente.
Ouça a faixa “Emicídio”
