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Ponte: Dados alarmantes e a conivência das instituições marcam a violência policial em São Paulo

Ponte: Dados alarmantes e a conivência das instituições marcam a violência policial em São Paulo

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Em meio a uma série de notas oficiais, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) e o Ministério Público (MP-SP) insistem que não compactuam com desvios de conduta da Polícia Militar, mesmo diante do alarmante aumento da letalidade policial. Maio de 2025 se destacou como o mês mais letal em cinco anos, com um crescimento contínuo de casos de violência, incluindo a morte de jovens e crianças. A repetição da retórica institucional levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas adotadas para conter a violência, enquanto a sociedade observa a realidade de uma polícia que parece agir impunemente.

A crítica se intensifica ao lembrar os Crimes de Maio de 2006, quando 425 pessoas foram mortas, incluindo Edson Rogério Silva dos Santos, um gari que voltava do trabalho. Débora Silva, mãe de Edson e ativista do Movimento Mães de Maio, aponta a falta de reparação e memória histórica como fatores que perpetuam esse ciclo de violência. Ela denuncia a conivência do MP e do Judiciário, que frequentemente arquivam casos de crimes cometidos por policiais, reforçando a ideia de que a vida de jovens negros periféricos é desvalorizada em comparação a outros segmentos da sociedade.

Os dados são contundentes: 64% das vítimas da polícia em São Paulo são negras, um reflexo de uma política de segurança que prioriza o aumento da repressão e do confronto. A crítica se estende também a setores políticos que, apesar de se posicionarem como progressistas, não hesitam em apoiar ações violentas quando se trata de segurança pública. O movimento por justiça, liderado por mães como Débora, continua a lutar contra essa “máquina de moer filhos e futuros”, clamando por reconhecimento e reparação em um cenário de dor e impunidade.

Fonte: Ponte  https://ponte.org/artigo-violencia-policial-desvio-de-conduta-ou-modus-operandi-da-pm-sp/

 

Guilherme Dias Santos Ferreira, jovem negro assassinado aos 26 anos

Guilherme Dias Santos Ferreira voltava para casa após mais um dia de trabalho. Jovem negro, 26 anos (mesma idade do Bocada Forte), alvejado pelas costas por um policial militar enquanto corria para pegar o ônibus, em Parelheiros, na zona sul de São Paulo. A versão oficial: teria sido confundido com um assaltante. A verdade: mais uma vida ceifada pelo Estado governado por Tarcisio de Freitas, num país que insiste em criminalizar nossa existência. O caso de Guilherme não é exceção, é a regra de um sistema que há décadas tenta silenciar a juventude preta com balas, fardas e o escudo da impunidade.

“Me ver pobre, preso ou morto já é cultural” (Racionais)

Tudo aconteceu no dia 4 de julho. O fato virou notícia no dia 7.

Leia a íntegra do artigo. 

A Morte de Igor em Paraisópolis: A Verdade por Trás da Versão Oficial da PM

Na última quinta-feira, 10 de julho, Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, foi morto durante uma operação policial em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. A versão apresentada pelos policiais do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM/M) foi amplamente contestada por imagens das câmeras corporais, que mostram o jovem rendido com as mãos levantadas enquanto os agentes efetuaram disparos. O cabo Renato Torquatto da Cruz disparou contra Igor, que já havia sido atingido, e o cabo Robson Noguchi de Lima também disparou contra ele, evidenciando uma ação letal e desproporcional.

Os documentos oficiais revelam que os policiais alegaram ter recebido uma denúncia sobre um grupo armado em um suposto ponto de venda de drogas. No entanto, as imagens contradizem essa narrativa, mostrando que Igor não ofereceu resistência e estava desarmado no momento da abordagem. O juiz que determinou a prisão preventiva dos policiais destacou que eles agiram com “desprezo pela vida alheia”, descartando qualquer hipótese de legítima defesa. A situação é ainda mais grave, pois outros dois policiais foram indiciados por fornecerem versões inconsistentes com as evidências registradas.

Após a repercussão do caso, Renato e Robson foram presos em flagrante, enquanto a investigação foi remetida à Justiça Comum, em conformidade com a decisão do Supremo Tribunal Federal. O caso, que ocorreu em um contexto de crescente tensão entre a população e a polícia em Paraisópolis, levanta questões sobre a conduta da PM e a necessidade de responsabilização em casos de violência policial. A situação continua em segredo de justiça, enquanto a comunidade aguarda respostas e justiça para a morte de Igor.

Saiba mais no site Ponte.