Conheça nomes do rap de Rondônia
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Rondônia é um estado que irá receber o seu primeiro fórum no próximo dia 16 de novembro. A única universidade pública do estado será o palco da iniciativa: a Universidade Federal de Rondônia.
O Fórum do Movimento Hip Hop de Rondônia vai acontecer na sede da Unir Centro em Porto Velho, com atividades durante todo o domingo (16). A iniciativa é apoiada pela Construção Nacional do Hip Hop, Universidade Hip-Hop Brasil e Corporação das Casas de Cultura de Hip Hop do Brasil, além de entidades locais como Kanindé, Conectando Periferias e as duas promotoras do evento: o Barras Maning Arretadas e a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (Procea).
Como aperitivo para este evento, preparamos uma lista de rappers rondonienses para você!
No estado, já aconteceram grandes projetos de hip-hop, como o Movimento Hip Hop da Floresta, criado no ano de 2003. O local mostrou a importância de fazer um rap engajado com identidade local e ligado as pautas ambientais.
Tal movimento foi tão importante a ponto de ser estudado em grandes universidades brasileiras, como a Unir e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), assim como formou uma geração de MCs engajados. De lá para cá, surgiram vários nomes com trampos na rua. Aqui, fizemos uma seleção com 21 artistas de Rondônia, que mostram uma variedade de ritmos e flows.
Buscamos apresentar rappers engajados e com crítica social como predominância dos seus trabalhos, além de possuírem músicas lançadas na rua. Há vários nomes focados no freestyle que também mencionamos no final do texto.
Confira a lista de músicas, com uma breve apresentação dos/as/es artistas:
Sandra Braids: Liderança histórica do hip hop em Porto Velho. Tem a luta pela igualdade de gênero e a denúncia contra o racismo como marcas de suas letras. Escuta “Me Respeita” de Sandra Braids:
Nei Mura: Rapper indígena. Pioneiro no Norte em trazer a fusão do rap com as pautas florestais e temas indígenas, através do grupo Comunidade Manoa, que trouxe ritmos amazônicos no rap. Também participou no último álbum do DJ Caique, Substrato 2, com o som “O Rastro da Destruição”, uma colaboração com Carlos Mossoró e Mano André. Confira “Cantar dos Versos”, da Comunidade Manoa:
F’Dois: Primeiro nome do rap de Rondônia a produzir um álbum físico. Tem uma forte parceria com o lendário produtor Raffa Santoro. Traz uma pegada urbana, com temas do cotidiano de Porto Velho. Escute “Quem é você?”, de F´Dois:
Jhuka Andrade. Versatilidade é a marca registrada de Jhuka. Consegue mandar poesias fortes e cruas, mas também tem técnica vocal para variar nos mais diversos ritmos em refrões e versos cantados. Confira “Conhecimento” de Jhuka Andrade e Carlos Mossoró:
Carlos Mossoró: O professor do RAPente. Nordestino de origem e adotou Porto Velho cidade para viver. Mistura o rapente e a poesia falada ao ritmo do rap. Tem parcerias com rappers africanos e já rodou três continentes mostrando o flow engajado. Confira “O Rastro da Destruição”, de Carlos Mossoró, Nei Mura e Mano André;
Negra Mari: Multiartista, impulsionadora da arte periférica, com destaque para a cidade de Ariquemes. Vai desde o teatro, spoken word e rap, para demarcar o seu espaço como defensora do Mulherismo Afrikana. Confira “Preta Latina”, de Negra Mari:
Mano André: Nascido no interior São Paulo e estabelecido em Candeias do Jamari, cidade na região metropolitana de Porto Velho. Suas letras são uma fonte de preservação do rap engajado e de denúncia frontal as injustiças sociais, a partir do ponto de vista de um cidadão residente no Assentamento Flor do Amazonas II. Tem parcerias com nomes da cena de Brasília, como Aninha do Atitude Feminina e Japão Viela 17. Confira “No Jogo Pra Vencer”, de Mano André e F´Dois:
Kadrosh: Artista que viajou para São Paulo em busca de garantir espaço no rap e voltou com mais de 90 títulos de batalhas. Nas letras gravadas, traz a vivência de buscar no rap uma forma de liberdade, como na letra “Sem Escolta”, que conta com Báh Iori e Abidu também representantes da cena de Vilhena.
Bonfim MC: Poeta engajado na denúncia social. Artista que venceu o slam estadual de Rondônia em 2024. Traz a vivência das periferias nas letras de rap e criou a produtora independente Encruza Rec. Confira “Solução”, de Bonfim MC:
Jovem Apolo: O nome “Jovem” se dá porque o artista ainda nem completou a maioridade, mas as líricas apresentadas já o colocam no patamar de “mente formada”. Denúncias ao racismo, a corrupção, a desigualdade social e a xenofobia são temas que perpassam a carreira do artista. Confira “A Cura”, de Jovem Apolo:
Vision Apache: Nome indicado para o último Prêmio Amazônia de Música na categoria música urbana. Possui facilidade em trilhar por vários tipos de beats e temáticas, com mensagens de auto-estima e reflexivas. Confira “Atemporal”, de Vision Apache:
Nirvosmen: Multiartista que mostra a luta pela igualdade de gênero, a partir da cidade de Rolim de Moura. Criou o grupo Histeria Feminina, como forma de denunciar o machismo na Zona da Mata. Confira “Éden”, composição de Nirvosmen e as companheiras de grupo Lith MC e Ciata MC:
O Flores: Dono de uma lírica versátil e flow que se encaixa em diferentes beats, produzindo tanto loves songs como discursos mais diretos. Passou pelo grupo Essência Anônima e hoje demarca seu espaço em carreira solo. Confira “O Penúltimo Romântico”, de O Flores:
MC Geno: Conhecido como Marujo do Rap. Costuma fazer o seu público viajar por temáticas fluentes e envolve inspirações da música eletrônica no rap. Confira “A Missão”, de MC Geno:
Lobo: Nome da nova geração que mantém a essência engajada do boombap de crítica social, abordando a desigualdade social, o racismo e o hip hop como ferramenta de salvação. Confira “Pura Insegurança – Parte II”, de Lobo:
King ST: Narrador das ruas de Porto Velho, por meio de líricas subversivas em um discurso reto e repleto de críticas sociais. Começou no rap em 2009 na cidade de Porto Velho. Músico e compositor do grupo Existência Verbal. Dividiu palco com artistas que lhe deram muita influência como GOG, Nocivo Shomon e SNJ. Confira “Jamais Desacredite”, de King ST:
Pugga ZS: Nome já com longa história no freestyle e representante de Rondônia no Duelo Nacional de MCs em 2023. Nas músicas traz as vivências da Zona Sul de Porto Velho e, com isso, leva o ZS no seu nome artística. Demarca o espaço rap como ferramenta de escape contra a realidade do crime. Confira Track de Bandido, de Pugga ZS:
Lucão MC: Residente de Jaru, um município no interior do estado de Rondônia, onde não tem um cena rap formada. Viaja por conta própria de Norte a Sul do estado, para buscar o seu espaço no hip hop. Prioriza o freestyle e disputou os dois últimos estaduais, mas também possui letras sobre as vivências do interior de Rondônia. Confira “Autobiografia”, de Lucão MC:
Txepo MC: Mais um nome do rap indígena. Txepo MC varia do boombap ao trap, trazendo as vivências dos povos da floresta e realizando a defesa das questões ambientais. Confira “Acordar”, de Txepo MC:
Magni: Nome do trap, da cidade de Cacoal, que criou a produtora North Records 069, como forma de garantir um espaço de produção para artistas do interior de Rondônia. Confira “Meu Dilema”, de Magnin:
Kelvin Leal: Mais um nome da cena do trap, que é especializado no flow cantado e possui versatilidade de técnicas vocais. Confira:
Para você que é adepto do freestyle, vale a pena conhecer os trabalhos de nomes como Velhote, HC, Primo, Lavida, Claudinho Agressor Verbal e Kael. As minas Majestade e Nycx trazem a vivências das mulheres em Porto Velho no freestyle. No interior, Paniagua de Rolim de Moura, Gusta, de Vilhena, Jullyn, de Cacoal, e RK, de Candeias do Jamari, são nomes que despontam na cena.
Uma particularidade de Rondônia é que as mulheres também vem despontando na organização de batalhas, com nomes como Thaís Santos, em Vilhena; bem como Senny Lemos e Laura Graziele, em Porto Velho.




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