De 2017 pra cá, são 8 lançamentos consecutivos e continua a tradição de Parteum lançar uma faixa (alguns anos mais de uma) nos primeiros dias do ano. O produtor, MC, empresário e skatista profissional é dono de um estilo que eleva o Rap brasileiro a outro nível. Nas redes sociais, que pelo menos pro BF não serve de referência pra nada, temos muitos nomes superestimados, até porque essa é a lógica dessas redes, tudo é superlativo e definido sempre com as mesmas palavras (o primeiro, o único, icônico, histórico, pioneiro, aulas, visão, fundamental, etc.). Parteum faz Rap como poucos, não se encaixa em padrões, como ele mesmo sempre diz nas músicas e na “12 6 10” mais uma vez – “eu faço a base, o livro, a foto e a consulta”.
Eu sempre acompanho os lançamentos dele e não é de hoje, desde o sétimo volume da enciclopédia e já acompanhava seus movimentos antes do Rap, quando ele ainda era skatista amador na pista de São Caetano do Sul e o Rap era a trilha das sessions do atleta da Styllos.
No lançamento desse ano eu fiz a “consulta”, tive que fazer, fiquei quebrando a cabeça pra saber o porque desse título e não consegui chegar a uma conclusão.
O título é inspirado na “sabedoria das ruas”, mais precisamente das ruas do Brás, mas serve pra qualquer grande centro, metrô, trem ou busão.
Está explícito na música e quem já comprou 6 pares de meias por R$ 10,00 vai entender a malandragem que é “sabedoria de rua”.
O próprio Parteum explica – “As caminhadas fotográficas que costumo fazer serviram de inspiração. De vez em quando, faço vídeos e não os seleciono… ficam ali em alguma pasta virtual, guardados. Pra minha surpresa, numa dessas pastas achei uma série de vídeos que fiz no Brás. Num deles, havia falas dos vendedores de rua interagindo com clientes… O
nome do som vem de uma das frases que encontrei. A música é uma análise do ego
dos outros, do meu e a lembrança dos meus ancestrais. Eu mesmo produzi e gravei no
meu estúdio, 528491.”
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