Memória BF | Big Pun e o seu primeiro e único álbum em vida

Publicado pela 1ª vez em 28.04.2020 com o título 'Memória BF | Big Pun e o seu primeiro e único álbum em vida'. Última edição em 28.04.2021.

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Capa do álbum (clique para ampliar)

Christopher Lee Rios nasceu em 10 de novembro de 1971, no mesmo bairro onde surgiu a Cultura Hip Hop, o sul do Bronx, em Nova York. Mais conhecido como Big Pun, ele faleceu em 7 de fevereiro de 2000, com apenas 28 anos. A palavra ‘Pun’ vem de ‘Punisher’ (algo como ‘Justiceiro’ em português). Filho de porto-riquenhos, Pun é um dos representantes latinos mais importantes do Rap mundial.

Em vida lançou apenas um disco, o álbum ‘Capital Punishment’, que hoje completa 23 anos de seu lançamento em 28 de abril de 1998. Sua infância foi bem problemática. Ele saiu de casa muito cedo, morou na rua, dormia em prédios e casas abandonadas.

Até que ganhou uma indenização do estado, por conta de um acidente em um parque na infância e conseguiu comprar uma casa pra morar com a namorada. Sua briga com a balança, fruto da depressão, foi uma coisa constante em sua vida e acabou sendo a causa da sua morte. Algumas notícias divulgadas na época diziam que ele faleceu com mais de 300 Kg, o que teria causado uma parada cardíaca.

Seu primeiro álbum é um clássico e é esquecido por muitos. Foi o primeiro disco de um rapper latino solo a ser platina e também recebeu indicação ao Melhor Álbum de Rap, no Grammy de 1999. Ele perdeu para outro grande clássico, o ‘Vol. 2… Hard Knock Life’, de Jay-Z. Os outros concorrentes eram – ‘Life in 1472 – The Original Soundtrack’, de Jermaine Dupri, ‘Harlem World’, de Mase e ‘The Love Movement’, do A Tribe Called Quest. Chegar neste nível com o primeiro disco, numa década extremamente competitiva, não é pra qualquer um.

Mesmo tendo deixado apenas um trabalho solo em vida, o seu legado e influência supera a de alguns artistas com 20 anos de carreira e vários álbuns lançados. E não é por menos, Pun é respeitado e considerado um dos melhores MCs de todos os tempos.

Assista ao vídeo do segundo single e maior sucesso de Pun, a faixa “Still not a player”

Seu talento era tanto, que algumas pessoas ainda acham que ele lançou Fat Joe, mas foi o contrário: Joe que o lançou. Sua primeira aparição oficial como Big Punisher, foi no álbum ‘Jealous One’s Envy’, o segundo de Fat Joe. Antes disso ele usava o nome Big Moon Dawg e fazia parte do grupo Full-A-Clips com Lyrical Assassin (Cuban Link), Joker Jamz e Toom. Com Fat Joe, Cuban Link, Prospect, Armageddon e Triple Seis formou o Terror Squad, coletivo que gravou uma faixa no álbum ‘Don Cartagena’ (1998), terceiro disco de Joe, e em 1999 lançaram o primeiro trabalho, ‘The Album’.

Assista ao vídeo do primeiro single do disco “I’m not a player”

Os nomes dos produtores e das participações desse álbum dão o tom da importância, do respeito e da consideração conquistada por Pun. Na produção tem nomes como Rockwilder, Showbiz (DITC), JuJu (Beatnuts) e RZA (Wu-Tang Clan).

Entre as participações estão Dead Prez, Busta Rhymes, Wyclef Jean, Miss Jones, Noreaga, DJ Funkmasterflex, Black Tought, Terror Squad e claro Fat Joe. Ainda, em uma mesma faixa, ele reuniu Inspectah Deck (Wu-Tang Clan), Prodigy (Mobb Deep) e o DJ ‘Grand Master’ Roc Raida – os dois últimos também falecidos – isso foi na música “Tres leches (Triboro Trilogy)”, produzida por RZA.

Assista ao vídeo de “Twinz (Deep cover 98)”, terceiro single

Entre músicas e interlúdios, são 24 faixas onde Punisher deixou para nós o seu melhor. Parece até que sabia que não ficaria por aqui muito tempo. Ele mostra toda sua qualidade técnica nas rimas, passeando por todos os estilos e temas. Tem música pra balada (“Still not a player” com o cantor Joe), versão para um Rap da costa oeste (“Twinz“, a versão de “Deep cover” de Dr. Dre e Snoop Dogg), G-Funk, a essência do Rap de Nova York, rimas em espanhol, valorização do DJ e até uma mais ou menos romântica (“Punish me” com Miss Jones).

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O tempo passa, vários discos bons vão sendo lançados, então fica difícil colocar esse álbum entre os 10 mais de todos os tempos, mas eu acho que se organizar direitinho dá pra colocar entre os 10 mais da década de 90.

Ouça o álbum completo

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