Texto: Nataly Simões | Edição: Pedro Borges | Imagem: Reprodução
Na cidade de São Paulo, entidades do movimento negro planejam para a próxima sexta-feira, 27 de setembro, um ato em protesto ao assassinato de Ágatha Vitória Sales Felix, de oito anos, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro.
A manifestação ocorre a partir das 18h, na Avenida Paulista, em frente ao vão livre do MASP. A data foi escolhida por ser o sétimo dia do assassinato da criança.
O objetivo é manifestar repúdio às políticas de segurança pública adotadas pelo governo de Wilson Witzel. Ágatha é a quinta criança morta em função da violência no Rio de Janeiro neste ano. Para o movimento, as ações realizadas pela polícia nas favelas corroboram com o genocídio da população negra e pobre.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, a polícia nunca matou tanto quanto em 2019. De janeiro a agosto, foram registrados 1.249 casos. A média é de cinco mortes por dia.
O assassinato
Ágatha Vitória Sales Felix morreu na noite de sexta-feira, 20 de setembro, após ser baleada quando estava dentro de uma kombi com o avô, Ailton Felix, na comunidade do Fazendinha. Ela chegou a ser levada para a UPA do Complexo do Alemão e transferida para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com moradores, o autor do disparo seria um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O PM teria suspeitado de um motociclista que passava no local e o tiro acertou a criança.
Em comunicado, a Coordenadoria da UPP afirmou que abrirá um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação. Na manhã deste sábado, 21 de setembro, a hashtag #ACulpaÉDoWitzel se tornou um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter. Moradores do Complexo Alemão, também neste sábado, realizaram uma manifestação pacífica contra a morte da criança e para pedir paz na região.
Serviço:
Local: MASP, Avenida Paulista
Horário: 18h
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