Dica de final de semana: 3ª temporada de ‘Hip Hop Evolution’

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A 3ª temporada da série Hip Hop Evolution foi ao ar no NetFlix na sexta-feira (06/09) e traz mais 4 episódios – “Leste Contra Oeste”, “A vida após a morte”, “Passe o Microfone” e “Os Caras do Sul”. O formato continua o mesmo, sempre conversando com as pessoas certas, ou seja, aqueles que viveram as histórias contadas. O apresentador, Shad Kabango, segue a fórmula de falar pouco e ouvir mais, fala apenas o essencial e assim novas e diferentes versões de velhas histórias acabam surgindo, inclusive com revelações.

1º episódio – Leste Contra Oeste

Nessa temporada Shad começou buscando o início da disputa e das brigas entre o Rap das costa leste e oeste. Ele conversa com diversos nomes, de ambos os lados, para entender o que aconteceu quando a costa oeste começou a despontar com muito sucesso no cenário. Nos depoimentos o lado oeste fala de inveja e prepotência por parte do lado leste, mas a maioria deixa claro que a música “Fuck Comptom”, do rapper do Bronx Tim Dog (falecido em 2013), potencializou a situação. Ele segue o rastro de onde tudo começou, até culminar na morte de Tupac, que na verdade a história mostra que não foi culpa de uma briga entre leste e oeste, isso só serviu como pano de fundo e foi explorado pela mídia.

Assista o vídeo da música que deixou os rappers da West Coast bem bravos

2º episódio – A Vida Após a Morte

Em seguida ele voa de volta para Nova York, para ouvir o outro lado e falar sobre a morte de Notorius Big, seu sucesso, a parceria com Puff Daddy, seus sonhos, os artistas que ele lançou, com destaque para Lil’ Kim. Em seguida Puff revela seu desânimo e vontade de desistir após a morte de Big, em suas palavras, a mensagem da música da banda The Police, “Every breath you take” foi um sinal e salvou sua vida. Foi o sample e o refrão dela que ele usou na faixa “I’ll be missing you”, feita em homenagem ao amigo, com um vídeo clipe totalmente diferente do que o Rap estava acostumado e também com participação da mulher de Big, Faith Evans. A partir daí a Bad Boy se tornou uma potência e Puff o milionário e homem de negócios que todos conhecem.

Assista ao vídeo que ajudou Puff a renascer

Com a morte de Big no auge da carreira, era como se tivesse ficado uma lacuna e alguém precisava ocupar esse espaço. Não é que não existissem bons rappers e MCs, pelo contrário, eles existiam aos montes e não paravam de surgir, mas não com as mesmas ambições e a visão comercial necessárias para ser uma estrela e render milhões. É aí que Shad conversa com um time que construiu um verdadeiro império junto com essa futura estrela, Jay-Z. Os depoimentos sobre o começo de tudo são de Damon Dash e Kareem Biggs, que ao lado de Jay, fundaram a Roc-A-Fella Records e tudo mais que veio depois. Eles citam o envolvimento com o tráfico no início de tudo e como esse dinheiro de certa forma acabou colaborando para os primeiros investimentos. Jay-Z ganhava muito dinheiro nas ruas e não tinha interesse em seguir no Rap, foi preciso convencê-lo, pois o talento artístico era dele… E aí deu no que deu.

Assista ao vídeo do primeiro grande sucesso de Jay-Z – “Hard knock life (Ghetto anthem)”

3º episódio – Passe o Microfone

Depois de conversar e contar a história de tantas estrelas milionárias, Shad fica entre Nova York e Los Angeles para falar da cena underground, sobre a essência e relatar o surgimento de grandes nomes do Rap que vieram das batalhas de MCs. Os personagens que viveram essa fase falam sobre as festas, as cyphers (rodas de rua), programas de rádio, a repressão da polícia e o surgimento de selos que acabaram influenciando o mundo todo. O maior exemplo é a Rawkus Records, que entre tantos ótimos lançamentos, está o álbum do Black Star, de Mos Def e Talib Kweli, que é um símbolo dessa época de resistência e manutenção das raízes do Hip Hop.

Assista ao vídeo da música “Definition” do Black Star

Tem depoimentos dos criadores do Lyricist Lounge, dos MCs Mos Def, Talib Kweli, Chali 2na, Supernatural, Royce Da 5’9″ e muitos outros. Além de nomes que já eram consagrados falando como enxergavam a cena que estava surgindo. Por exemplo, Snoop Dogg dizendo o quanto admirava o trabalho do Freestyle Fellowship (Aceyalone, Myka 9, P.E.A.C.E. e Self Jupiter), um ícone da cena underground da Costa Oeste. Apesar de Eminem ter sido o nome de maior sucesso comercial, muitos outros nomes, que acabaram sumindo com o tempo, eram muito melhores que ele.

Assista ao vídeo “Innercity Boundries (Feat.Daddy-O)” do Freestyle Fellowship

4º episódio – Os Caras do Sul

O título do episódio já diz qual o destino, o sul dos Estados Unidos. Não dá para dizer que existiu entre o leste e o sul a mesma disputa que houve com o oeste, mas houveram algumas rusgas. Na última parte da terceira temporada, Shad foi até Atlanta, cidade que hoje é conhecida e reconhecida mundialmente pela quantidade de grandes nomes revelados no Rap. Ele começa falando sobre o MC Shy D, que mudou do Bronx em Nova York para a Atlanta e é considerado um dos primeiros MCs da cidade, mas por ser de NY não tinha o reconhecimento total do público. Assim ele segue a sua busca pelo som de Atlanta, conversa com Kilo Ali, integrantes do Arrested Development, fala sobre as meninas do TLC, a dupla Kris Kross, todos de Atlanta. Até que ele chega no time de produtores que colocou de vez a cidade no mapa do Rap mundial, Organized Noise. Eles foram os responsáveis por lançar um fenômeno do Rap sulista estadunidense, a dupla Outkast. Só Big Boi fala, juntamente com os produtores da Organized e alguns integrantes do Goodie Mob, como Cee Lo Green, que também foi lançado por eles. Dentre todos esses nomes, Andre 3000 e Big Boi foram sem dúvida o maior sucesso comercial da cidade, eu particularmente gosto muito mais do Arrested Development.

Assista o vídeo da música “Player’s Ball”, um dos maiores sucessos do Outkast

 

 

1 comentário

  1. […] As participações, seja nas rimas e produção são de: Common, Vinia Mojica, DJ Hi-Tek, J. Period, Punchline & Wordsworth, J Rawls e Da Beatminerz (DJ Evil Dee e Mr. Valt). As músicas são repletas de samples e citações baseadas em clássicos eternos do Rap, como Boogie Down Productions, Slick Rick, colagens dos filmes Wild Style e Style Wars. O disco foi também o que potencializou a força da gravadora, recém criada, Rawkus, responsável por muitos lançamentos similares ao Black Star. A última temporada da série Hip Hop Evolution fala muito sobre essa época, saiba mais. […]

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