ACERVO BF | Common – A História, por DJ Tamenpi | BOCADA FORTE

Texto escrito pelo DJ Tamenpi quando escrevia para o Bocada Forte. Publicado pela 1ª vez em 24.08.2005, última edição em 13/03/2022.

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Common Sense é um MC histórico na música Rap. Nascido como Lonnie Rashied Lynn em Chicago, é considerado um dos MCs mais influentes da cena underground dos anos 90. Escreve como poucos, tem um flow invejável, além de uma consciência social e política, muito importante no Rap e muito esquecida hoje em dia. Foi também um dos precursores no uso do jazz em suas produções, numa época em que o Gangsta Rap estava em alta com suas batidas mais eletrônicas.

É responsável por um dos discos mais clássicos do Hip-Hop, lançado em 94, o ‘Resurection’. Lançado depois de sua estreia, em 92, com o disco ‘Can I Borrow A Dólar’, trabalho que não teve tanto êxito, pois não era um MC conhecido e não teve espaço para promover o disco, mas o ajudou a começar a promover seu nome com o público. Com ‘Ressurection’, Common fez como uma ressurreição. Ele não estava morto, mas foi como um renascimento. Lançou um dos discos mais importantes da época e da história do Rap. Com músicas clássicas, além de um dos hinos do Hip-Hop, o som “I used to love H.E.R.”.

À partir daí se consolidou como nome importante no underground americano, com reconhecimento tanto do público, quanto dos artistas e da mídia especializada. Com esse reconhecimento, chamou atenção de um grupo de ska chamado Common Sense. Por isso teve que modificar seu nome para somente Common. Em 97, com mais experiência na bagagem, depois de turnês pelos Estados Unidos ao lado do grupo The Beatnuts e do lendário De La Soul, Common lançou o disco ‘One Day It’ll All Make Sense’.

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Foi um disco feito com bastante calma, muito bem trabalhado e com letras muito boas e conscientes. Common estava à espera de seu filho e fez um disco com muito sentimento, com muita responsabilidade nas letras, com um pensamento de que o filho iria escutá-lo algum dia, portanto tinha que passar mensagens positivas e com importância pras pessoas que fossem ouvi-lo. É sem duvida seu disco mais espiritual. Foi também o primeiro disco com participações importantes como Lauryn Hill, De La Soul, Q-Tip, Black Thought (The Roots), Erykah Badu e Cee Lo.

Esse disco teve bastante repercussão na época e rendeu a Common vários convites pra participar de grandes álbuns, como o ‘Soul Survivor’ do Pete Rock, do clássico disco do ‘Black Star’ da dupla Mos Def & Talib Kweli, do disco ‘Things Fall Apart’ do The Roots, além de gravar um clássico ao lado de Sadat X, Talib Kweli e DJ Hi-Tek para a compilação da Rawkus Records, ‘Soundbombing Vol. 2’ com o som “1-9-9-9”. Em 99, mudou-se para Nova York e se adaptou a cena de lá, começou a conhecer bastante gente ligada ao jazz e a outros estilos musicais e percebeu que agora estava na cena mesmo, na grande indústria.

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Foi convidado para ir para a gravadora MCA e chamou ?uestlove (The Roots) para fazer seu próximo disco, o ótimo ‘Like Water For A Chocolate’, lançado em 2000. Esse disco chamou muita atenção, além de estar numa gravadora grande, contou com participações importantes como Femi Kuti (filho de Fela Kuti), o trompetista de jazz Roy Hargrove, além de D’Angelo, Macy Gray, MC Lyte, Mos Def, e também Jay Dee que engrandeceu o álbum com algumas produções. Os singles foram muito bem recebidos pelo público. Primeiro o “The 6th sense”, produzido por DJ Premier e logo depois com o grande sucesso “The light” que lhe rendeu até indicação ao Grammy do ano.

Depois de todo esse barulho, Common parou para preparar seu novo álbum. Antes disso, participou do disco de Mary J. Blige, que foi um estouro de vendagem e ganhou um Grammy ao lado da sua então namorada Erykah Badu, com a música “Love Of My Life”. Então, no meio de 2002, Common lançou seu tão aguardado novo álbum ‘Eletric Circus’ e deu um susto em todos os que achavam que ele iria ceder a indústria fonográfica americana. Esse disco é o mais “maluco” de sua carreira, um álbum à frente da época, que deixou os “puristas” do Hip-Hop perdidos. Um disco com muita influência de rock dos anos 70 e rock progressivo, isto é, um trabalho contrário a todas as expectativas que estavam no ar. Por causa disso, a grande mídia começou a falar muito mal a respeito dele, porém a pequena mídia realmente especializada aprovou a mistura. É realmente um disco experimental e muita gente não entendeu a proposta.

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