A cobertura do site Alma Preta sobre a República Democrática do Congo (RDC)
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Com mais de dez anos de existência, o Alma Preta Jornalismo é fonte de informações fundamentais que impactam a nossa comunidade. O Hip Hop precisa conhecer e valorizar o trabalho dos jornalistas, editores e pesquisadores do portal. Recente cobertura do Alma Preta mostra a realidade da República Democrática do Congo (RDC), o país atravessa uma crise prolongada que mistura guerra, disputas internacionais e violações de direitos humanos.
De acordo com o site, o conflito armado entre o grupo rebelde M23 e o governo congolês, com apoio direto de Ruanda, é um dos pontos centrais. A guerra desloca milhares de pessoas, provoca mortes e coloca a população civil como alvo de execuções, torturas e violência sexual.
Dados levantados pela Médicos Sem Fronteiras mostram a gravidade da situação: em apenas quatro meses foram registrados quase 10 mil casos de violência sexual em Goma e arredores, na província de Kivu do Norte. A maioria das vítimas enfrenta deslocamento forçado e falta de acesso a tratamento adequado.
A disputa internacional pelos minerais estratégicos da RDC é outro elemento abordado no portal Alma Preta. EUA e China disputam o controle sobre reservas de cobalto, lítio, cobre e coltan, enquanto a exploração dessas riquezas continua financiando grupos armados e aprofundando o sofrimento da população.

O site também destaca iniciativas de paz mediadas pela ONU. Seis grupos armados chegaram a assinar acordos na província de Ituri, prevendo cessar-fogo, reintegração de combatentes e libertação de presos. No entanto, mesmo durante a assinatura do acordo, execuções de civis continuaram ocorrendo em outras regiões.
Outro dado alarmante vem de um projeto lançado pelo Canadá e pelo Unicef para proteção infantil. Estimativas apontam que 90% das crianças na RDC já sofreram algum tipo de violência, e 13% estão expostas às piores formas de trabalho infantil, revelando o impacto estrutural do conflito sobre as gerações mais jovens.
As reportagens relacionam a intensificação da guerra à deterioração das condições de vida. Deslocamentos forçados, fome, falta de acesso à saúde e educação são consequências diretas da instabilidade. A violência sexual é usada como arma de guerra, somando-se ao recrutamento de crianças e à tortura.
A exploração mineral sob controle de grupos armados também gera tragédias. O desabamento da maior mina de coltan do país, controlada pelo M23, deixou 16 mortos e expôs a precariedade e os riscos enfrentados por trabalhadores explorados em zonas de conflito.
O presidente Félix Tshisekedi acusa Ruanda de expansionismo e de explorar ilegalmente os recursos minerais da RDC. Além disso, pede sanções internacionais contra o país vizinho. O discurso reforça o clima de disputa diplomática e amplia a dimensão regional do conflito.
Em paralelo, a RDC conquistou assento como membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU para o biênio 2026–2027, após 35 anos de ausência. A conquista dá mais visibilidade ao país no cenário internacional, mas também evidencia a contradição entre a diplomacia externa e os desafios internos.
A Alma Preta também dedica espaço à memória e à identidade congolesa. No texto que celebra os 65 anos da independência do país, uma congolesa resgata a diversidade cultural e natural da região, contrapondo-se à imagem reducionista de guerra e miséria.
O reconhecimento internacional do trabalho do Alma Preta veio com o prêmio “Cultures of Resistance Awards”, pela cobertura sobre o conflito. A premiação reforça a importância de uma narrativa crítica e comprometida com as populações negras e africanas.






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