A arte bastarda de Dimak

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DIMAK, rapper baiano que tem uma estrada no hip hop, já passou por grupos como Testemunhas da Periferia, com Blequimobiu, Daganja e Fall, e OQuadro, um dos mais brilhantes grupos de rap do país. O MC e grafiteiro (no graffiti desde 1996) lançou seu primeiro disco solo em 2013, trabalho homônimo com dez faixas. Recentemente, Dimak divulgou o videoclipe da música “Pés no chão“, faixa que faz parte do seu disco.

Sua inspiração é a mesma de muitos artistas da cena. “Tento expor minha visão das coisas que me cercam, principalmente do comportamento do ser humano. Como estou sempre nas ruas, faço delas meu laboratório pra compor minhas letras“, comenta Dimak durante um bate-papo com o Bocada Forte. Para o MC, o rap é a ponta de lança que surgiu pra incomodar os racistas, mesmo sabendo que muitos artistas não querem falar sobre coisas sérias.

Quando o rap surgiu, veio pra gritar sobre as coisas que estavam erradas. Depois, na segunda geração, veio manter o grito e a chama viva, mas hoje, essa terceira geração já não tem mais razão para gritar, ou gritam por coisas que não têm relevância. Isso veio com a popularidade que a cultura hip hop ganhou durante esses anos, levando alguns elementos – principalmente o rap – para outro nível. O rap ganhou qualidade, ganhou espaço, mas, em alguns casos, perdeu a força, ficou sintético, mais do mesmo. mas isso faz parte, tem que existir discrepâncias“, afirma Dimak.

O rapper também mantém uma grife independente, a Arte Bastarda, que foi citada numa matéria sobre empreendedorismo no hip hop, no jornal Correio 24 Horas. Em meio a tanto papo sobre comercialização e a necessária geração de renda, Dimak acredita que o discurso político não pode perder a força. “Existem bons MCs, capazes de fazer rap contundente com maestria, mas isso vai da postura da pessoa. O Artista precisa escolher entre em usar ou ser usado. No meu caso, gosto de rap que me faça pensar“, conclui.

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