Pesquisa revela a exclusão e o alto índice de desemprego entre pessoas não-binárias
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Uma nova pesquisa realizada por Akira Aikyo Galvão, Silvia Casa Nova e Juh Círico, publicada na Revista Catarinense da Ciência Contábil, revela que pessoas não-binárias enfrentam uma realidade alarmante no mercado de trabalho, apresentando taxas de desemprego até três vezes maiores do que aquelas de pessoas cisgêneras. A pesquisa destaca a invisibilidade dessas identidades nas organizações e como essa exclusão se manifesta em ambientes de trabalho que ainda operam sob normas binárias de gênero, dificultando não apenas a entrada, mas também a permanência e a ascensão profissional dessas pessoas.
Akira, que é a primeira pessoa trans não-binária a ingressar no Programa de Pós-Graduação em Administração da USP, enfatiza que a luta por reconhecimento vai além da questão do emprego. As pessoas não-binárias frequentemente enfrentam violências cotidianas, que vão desde piadas e invalidações até a pressão para se conformar a padrões de vestuário e comportamento. Essa pressão cria um ambiente de trabalho hostil, onde a preocupação com a segurança e o respeito ao gênero se torna prioridade, ao contrário do foco em desempenhar suas funções.
Além das dificuldades enfrentadas dentro do mercado formal, a pesquisa também aponta que muitos indivíduos não-binários acabam recorrendo a trabalhos informais ou pequenos empreendimentos, o que os leva a uma marginalização ainda maior. A falta de políticas públicas inclusivas e o critério binário utilizado pelo INSS para aposentadoria agravam ainda mais a situação, tornando a luta por direitos básicos uma questão urgente para essa população. A pesquisa de Akira e suas colegas destaca a necessidade de um acolhimento respeitoso e de ações efetivas para a inclusão de pessoas não-binárias no mercado de trabalho.



