LIVE 13/06 | Rica Silveira apresenta seu novo trabalho no Facebook

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Rica Silveira (Ricardo Q-Pam), figura conhecida na cena alternativa do rock e do hip hop, lançou neste ano o EP “Rica Silveira – Low”, com ingredientes do rap, sad music e pop.

Neste sábado, dia 13, às 20h, o artista fará um live no projeto Conexão Casas de Cultura, uma parceira com a Casa de Cultura de São Miguel Paulista. Em meio aos problemas que a pandemia trouxe para a cena artística, Rica Silveira reservou um tempo para falar com o Bocada Forte sobre seu EP e os sentimentos que o dominam no momento.

Bocada Forte: Conhecemos seu trabalho por meio do Decore. Você sempre visitou outros estilos e imprimiu o rap de certa forma. O underground como estética ainda é seu norte?

Rica Silveira: Sempre, mesmo tendo conseguido uma exposição local midiática com o meu trabalho solo na região a qual me mudei, que é a Baixada Santista, não tenho como fugir do underground, e quando digo underground é o real.

BF: E a ideia deste EP? Tem nuances pop, com pegadas de rock. O que te influenciou? Qual a vibe que rolou na época para suas composições?

Rica Silveira: Na questão instrumental, estava me sentindo preso ao lance do beat programado e deixando de lado meu lado instrumentista, quis explorar mais o lado de compor e explorar o lance orgânico, gravei 80% do EP tocando.

BF: Gravou onde? Quando tempo durou?

Rica Silveira: Entre compor, gravar, mixar, lançar levou um tempo, minha mãe faleceu no meio disso tudo também, isso tem relação na temática das letras. O EP foi produzido por Marcos Nakata, gravamos em São Paulo, em uma madrugada gravei os violões, guitarras, arranjos, em outra gravamos os vocais, depois as batidas foram sendo feitas por produtores diferentes.Demorou mais ou menos uns anos todo esse processo.

BF: Como está seu astral com essa pandemia?

Rica Silveira: Triste como as músicas do álbum! Nunca tinha algo igual na minha vida e no meu caso que sobrevivo unicamente da arte está sendo terrível né? Por outro lado vejo que muitas pessoas não estão levando muito a sério a gravidade de tudo o que está acontecendo. Sobre o cenário político prefiro nem comentar, cada um tem o governo que escolheu, eu não me enquadro nisso, só pago junto com quem também não se enquadra.

BF: Mas há esperança também nas composições do EP?

Rica Silveira: Claro, elas apenas retratam o cotidiano de muita gente, porém em nenhum momento tem como direção a entrega dos sonhos ou dos objetivos, todo mundo passa por momentos ruins e temos que nos levantar para continuarmos vivendo, como diria Racionais: “Nada como um dia após o outro dia”. Não quer dizer que daqui pra frente vou fazer apenas músicas tristes, cada momento é um momento, não me prendo à uma fórmula única de fazer música, até porque não tenho contrato com ninguém…

BF: Na produção, Quais artistas que inspiraram esse seu novo trabalho?

Rica Silviera: Algumas coisas de pós-punk como The Cure, Joy Division, Bauhaus, outras dessa nova linha de sad music, tipo Lil Peep, Lil Bo Weep, alguns artistas nacionais como Tiago Iorc e Clarisse Falcão entre outros.

BF: Por falar em Joy Division, em maio fez 40 anos da morte do Ian Curtis. Qual a importância da vida e da obra dele em sua carreira?

Rica Silveira: Conheci a banda ainda criança por intermédio do meu meu irmão mais velho, só depois busquei conhecer a história do Ian, que por sinal é bem triste também, o lance dele sempre ter tido planos de suicídio e tal. Musicalmente, por mais que ele tenha deixado pouquíssimo material registrado, o mesmo é obra essencial para qualquer pessoa que tem bom gosto musical independente de estilo.

BF: Seus planos de divulgação do trabalho foram totalmente sabotados pela pandemia. Como pretende apresentar as novas canções para o público?

Rica Silveira: O público já é pequeno pelo fato de eu não ser parte da hype do atual rap, também não busco ficar babando ovo pra crescer (risos), faço a minha. Agora é momento de se cuidar primeiramente, também não vou ter patrocínio de grandes empresas para fazer lives (risos), mas estou fazendo o que posso virtualmente, de casa mesmo, e tendo o apoio de canais de comunicação que sempre fortaleceram o meu trabalho como neste caso aqui!

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