Memória BF | Cypress Hill em 1995. Jay-Z e Outkast em 2000. Três álbuns clássicos!

Publicado pela primeira vez em 31.10.2019, última edição em 31.10.2021

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Artista: Cypress Hill
Título: Cypress Hill III – Temples Of Boom
Gravadora: Ruffhouse / Columbia

Capa do álbum

Em 31 de outubro de 1995, já consagrados como o maior nome do Rap Latino Americano, o Cypress Hill lançava seu terceiro disco – ‘Cypress Hill III – Temples Of Boom’.

Este álbum é um dos mais “sombrios” do grupo, até pela capa percebe-se um clima meio gótico. Talvez fosse influência do momento que eles viviam – após esse disco Sen Dog saiu do grupo para seguir num projeto de uma banda que misturava rock e Rap.

Mas esse clima, com a maioria das batidas mais lentas, não interferiu no sucesso do disco e muito menos na qualidade das músicas. Quase todas foram produzidas pelo DJ Muggs. Digo quase, pois a única faixa que ele não fez foi a “Killa hill niggas”, produzida por RZA, que também rima na música junto com seu parceiro U-God.

Assista ao vídeo da música “Throw your set in the air”

Das 15 faixas* do disco saíram três singles. Um deles gerou uma polêmica e rendeu uma treta com Ice Cube. O Cypress acusou Cube de ter “roubado” o refrão do single “Throw your set in the air” e usado em “Friday” (ouça a música e assista o vídeo), música tema do filme de mesmo título. Insistindo na treta eles dedicaram uma música do álbum ao ex-NWA. Na faixa “No rest for the wicked”, B-Real e Sen Dog não medem palavras para declarar todo “seu amor” a um dos maiores nomes do Rap na Costa Oeste.

Assista ao vídeo de “Illusions”

Todos os singles desse disco podem ser considerados clássicos. Os outros dois foram das músicas “Illusions” e “Boom biddy bye bye”. Na década de 90, com a dificuldade em se produzir instrumentais aqui no Brasil, este disco foi muito bom para os grupos novos, pois tem bastante “sobras” ou uns trechos de instrumentais de brinde. Em muitas faixas eles demoram a entrar rimando, em outras o instrumental se prolonga sem ninguém rimando.

Assista ao vídeo de “Boom biddy bye bye (remix)”
, com participação de Wyclef

Destaco uma ideia muito boa que eles tiveram: o disco não é duplo, mas traz um segundo CD com uma mixtape feita pelo DJ Muggs, onde ele relembra os maiores sucessos dos discos anteriores, não me recordo de outro artista ter feito isso.

[+] Ouça a mixtape ‘Buddha Mix’ clicando aqui

*Em uma versão japonesa o disco tem a faixa bônus “Smuggler’s blues” (ouça aqui).

Ouça o álbum, sem a faixa bônus

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Artista: Jay-Z
Título: The Dynasty: Roc-La-Familia
Gravadora: Roc-A-Fella / Def Jam

Lançado em 31 de outubro de 2000, o álbum ‘The Dynasty: Roc-La-Familia‘ é considerado o quinto trabalho solo oficial de Jay-Z, mas extra-oficialmente não é.

O disco é a tentativa de lançar ou relançar alguns nomes da Roc-A-Fella Records e tentar fazer que o público e o mercado os aceite melhor. Por isto, nomes como Memphis Bleek, Beanie Sigel, Amil e Freeway dominam as participações do disco.

Na produção, ele também trouxe nomes de certa forma “novos”. Foi seu primeiro trabalho sem nenhuma produção do DJ Premier. As produções ficaram divididas entre Just Blaze, Kanye West, Bink!, The Neptunes e Rick Rock. Os únicos grandes nomes que participam são DJ Clue, Snoop Dogg, Scarface e R.Kelly. Outros nomes menos conhecidos fazem dobras e vocais adicionais.

Assista o vídeo do single “Change the game”

O disco, assim como todos dele, foi um sucesso. Alcançou platina, primeiro lugar em rankings, teve mais de 500 mil cópias vendidas na primeira semana. Enfim, sem novidade em se tratando de Jay-Z. Mas, colocar os outros artistas da gravadora – alguns com uma qualidade duvidosa – para serem engolidos por ele na rima, se mostrou não ter sido um bom plano.

Assista ao vídeo de “I just wanna love u (Give it 2 me)”

Já para os produtores, todos muito talentosos, a partir daí alavancaram suas carreiras. Kanye West e The Neptunes, por exemplo, viraram as maiores referências em produção no início dos anos 2000. Podem falar o que for desse mano do Brooklyn, mas no Rap, do final dos 90 pra cá, são poucos que podem ser comparados a ele.

Assista ao vídeo do single “Guilty until proven innocent”

E o melhor de tudo isso é que, mesmo sendo comercial, em alguns momentos até pop, é Rap autêntico. Não há o que questionar nesse sentido. São 16 faixas, três singles e todos eles são música pra pista: “I just wanna love u (Give it 2 me)” é o clássico do álbum. Esse som ainda vai atravessar muitas gerações. O refrão tem a participação do Pharrel, como “vocal adicional”. O single “Change the game” traz Memphis Bleek e Beanie Sigel, com vocais adicionais do Static. Jay-Z só está “sozinho”, sem os afiliados da gravadora, em 5 faixas. O single “Guilty until proven innocent”, com R. Kelly no refrão, é uma dessas faixas.

Ouça o álbum

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Artista: Outkast
Título: Stankonia
Gravadora: LaFace / Arista

Capa do álbum

Também lançado em 31 de outubro de 2000, este é o quarto disco da dupla Big Boi e Andre 3000, do Outkast.

Assim como nos dois discos anteriores, a dupla conseguiu que o público e crítica ficassem na expectativa do que viria e mais uma vez eles não decepcionaram. Fecharam o disco com 24 faixas, sendo uma introdução e 7 interlúdios. Desse total saíram três singles, que é lógico se tornaram clássicos.

A banca Organized Noize, antes responsável por boa parte das produções do grupo, dividiu as tarefas com o Earthtone III (Mr. DJ e Outkast). Para ter mais tranquilidade durante o processo criativo, eles compraram o estúdio onde fizeram sua primeira gravação juntos. O estúdio era do Bobby Brown. Eles batizaram o lugar de ‘Stankonia’. De acordo com Andre “é o lugar onde você pode se abrir e ser livre para expressar qualquer coisa”.

Assista ao vídeo de “Ms. Jackson”

E foi assim, livre para expressar qualquer coisa, que eles construíram uma obra prima. O álbum remete as mais diversas influências musicais e com letras que abordaram temas políticos, problemas da juventude e, principalmente, temas sobre as mulheres. A misoginia no Rap e na sociedade como um todo.

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Comercialmente foi sucesso absoluto: disco multi-platinado, milhões de cópias vendidas no mundo todo. Só não ficou em primeiro nos Estados Unidos porque Jay-Z não permitiu. Mas em 2002 ficaram com o Grammy de Melhor Álbum de Rap e Melhor Performance de Grupo ou Duo de Rap com o single “Ms. Jackson”. Já que chegamos aos singles, “Ms. Jackson” é um pedido de desculpas a ex-sogra de Andre, mãe de Erykah Badu, com quem ele teve um filho.

Assista ao vídeo de “B.O.B” (Bombs over Baghdad)

O primeiro single lançado foi a séria e polêmica “B.O.B (Bombs over Baghdad)”, que foi inspirada nos ataques ao Iraque ordenados pelo então presidente Bill Clinton. A música foi muito mais um sucesso entre críticos musicais do que comercialmente, afinal o tema abordado fez com que muitos veículos evitassem tocar a música. É também uma faixa onde eles trouxeram a inovação de usar um bpm acelerado, numa pegada drum’n’bass, com guitarras e scratchs do DJ Cutmaster Swiff.

Assista ao vídeo de “So Fresh, So Clean”

O terceiro e último single é totalmente diferente. “So Fresh, So Clean” é um som suave e tem a participação de Sleepy Brown. A música tem várias versões, uma delas um remix com a participação de Snoop Dogg, que está no filme ‘Bones’. As participações são muitas, mas sem grandes nomes. Como sempre tem seus parceiros do Goodie Mobb (Cee-lo Green, Khujo e Big Gipp). Eles também incluíram alguns nomes que naquele momento eram apenas novatos, como Killer Mike. Os nomes mais conhecidos foram B-Real e Erykah Badu, que participaram, respectivamente, das músicas “Xplosion” e “Humble mumble”. As duas poderiam tranquilamente serem lançadas como singles.

O vídeo não é dos melhores, mas é Outkast com Erykah Badu ao vivo

Finalizando, é mais um ótimo disco do fenômeno do sul dos Estados Unidos. Álbum pra ouvir de ponta a ponta. Algo raro nos dias de hoje, ainda mais com essa quantidade de faixas. É daqueles discos que nos próximos anos vão merecer uma atenção melhor, em um post único.

Ouça o álbum completo

 

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