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“Um índio, desde que nasce, ele aprende a se relacionar com tudo de formas bonitas, tudo tem rituais, quer dizer, o índio festeja o plantio, o índio festeja a colheita, festeja o nascimento ele… não festeja, mas ele cultua a morte. O índio se enfeita muito, o índio canta muito, o índio dança muito, o índio brinca muito, o índio ri muito. Eu acho que é muito difícil para nossa cultura suportar tanta beleza” – Washington Novaes
2008. Elementos em conflito diário são ingredientes para formar a melhor definição do CD ‘Ka’umondá’, recente trabalho do grupo Sinhô Preto Velho, formado em 1998 na cidade de São Paulo, onde as influências da música internacional e das mais modernas vertentes culturais se misturam ao cotidiano periférico com todos os sons vindos dos quatro cantos do país.
14 faixas delimitam um espaço/tempo que abriga a batida eletrônica e conecta samples, cavaquinhos, toca-discos, microfones, guitarras, estruturas percussivas, teclados, história, ancestralidade, instrumentos de sopro, poesia, samba, África, resistência e luta.
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Os membros do Sinhô Velho rimam a língua Tupi, com muito groove trazem as vivências dos primeiros habitantes deste território. Mostram o olhar e a sabedoria indígena. A maneira de intercalar os relatos é eficaz, o Rap é a principal interface entre ‘Ka’umondá’ e o ouvinte. Mas não pára por aí. O CD tem participações de um time eclético, Marco Mattoli, Primeira Função, Netinho (Os Incríveis), Favelelétrica, Théo Werneck, Wesley Nóog e Ricardinho 7 Platinelas, todos ajudam a traçar um panorama do nosso passado ainda vivo.
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Sem dúvida, ‘Ka’umondá’ é um dos melhores trabalhos artísticos deste ano. Este álbum reforça os laços criados entre artistas dos mais variados estilos com o Rap. Uma grande lição para DJs e MCs da nossa tão apagada cena.
Artista: Sinhô Preto Velho
CD: Ka’umondá
Gravadora/Selo: Sinhô Preto Velho Discos
Avaliação: 10
Ouça o álbum completo
