Humberto Martins Arruda, conhecido por todos nós como DJ Hum, completa hoje 52 anos. Ele é um dos maiores ícones entre os DJs do Hip Hop no Brasil. Junto com Thaide, influenciou toda a segunda geração de DJs e MCs brasileiros. A dupla é considerada uma das mais importantes do Rap brasileiro até hoje.
DJ Hum sempre esteve conosco desde o primeiro ano do BF, assim como Thaide. Graças ao nosso valioso e vasto acervo, conseguimos resgatar um conteúdo EXCLUSIVO que foi publicado em 23 de janeiro de 2001. Confira!
DJ Hum – Perfil por Mônica Lopes
É Hum, de Humberto, mas é Hum de Um também!
Um dos mais importantes símbolos da cultura hip-hop, DJ Hum é dono das segundas-feiras do Brancaleone [em São Paulo]. Sob sua batuta, a pista do Branca vira palco do melhor da black music, nacional e internacional.
Humberto Martins Arruda, 33, começou nos anos 80, com duas pickups “três em um” fazendo baile de garagem na zona leste, mais precisamente em Ferraz de Vasconcelos. Naquela época, estas festas eram a única opção de divertimento para quem morava lá.
Em 81, passou das garagens para as escolas da região com o intuito de arrecadar fundos para as festas do fim de ano, e aí começou a rolar tudo: casamentos, formaturas, bailes de quinze anos etc. Humberto foi ganhando popularidade, e passou a ser convidado para discotecar fora da vila, em Poá, Itaquera, entre outras regiões.
Em 83, já tinha uma boa técnica. Foi quando surgiu a onda break e Hum desenvolveu a técnica do scratch (manipular para frente e para trás o disco). O atrito da agulha produzia um som de arranhado, e só então descobriu que o que ele desenvolvera por intuição, era nada mais nada menos do que a chamada nova cultura: o movimento hip-hop.
Foi contratado pela casa noturna Archote, no Ibirapuera, local que o fez entrar em contato com o pessoal do Back Spin, um grupo de dança, do qual um certo Thaide fazia parte. Por conta desse novo contato, foi convidado para ir até o Largo São Bento, onde aconteciam os encontros de quem curtia e construía em São Paulo o movimento hip-hop. Sua primeira session no Largo foi um verdadeiro alvoroço. O já então DJ Hum, começou a ser convidado para fazer programas de rádio e a participar de alguns shows.
Em 86, produziu e embalou com muita black music a festa Funk my Baby no Teatro Mambembe, um dos principais pontos de encontro da música produzida pela ‘geração 80″, fazendo parceria com Nazi e André, do Ira, e um dos ícones do movimento hip-hop, o Skowa. Aí nasceu, a hoje muita conhecida dupla, Thaide & DJ Hum.
A dupla apresentava-se nas melhores casas noturnas da cidade. Hum e Thaide montaram uma banda de rap e gravaram o primeiro disco, uma coletânea, pela gravadora Eldorado.
Em 89, a DMC, Disco Mix Club/Inglaterra, organizadora do Campeonato Mundial de DJs, convidou o Brasil a participar com um DJ, e Hum ficou em terceiro lugar na peneira brasileira. Em 90, passou para segundo. Nesse período passou a dar cursos de técnicas de mixagem e edição, além de aulas de formação básica do DJ, com aulas práticas e teóricas no SENAC. Viajou, deu palestras e participou de workshops pela DMC.
Em 94, a casa noturna Soweto o convidou para ser DJ residente, fazendo um som mais black, numa época que só se tocava rap. Criou um mix entre a música negra dos anos 70 com o mais moderno que se fazia em rap, unindo assim a velha e a nova escola da Black Music.
Hoje com dez CDs gravados, um recém lançado em parceria com Thaide – “Assim caminha a Humanidade” – pela gravadora Trama, é produtor de muitos CDs de MPB e rap, tem um programa de rádio na 105 FM (A festa do DJ Hum) e uma coluna especializada no jornal Notícia Populares, publicada todos os sábados. Continua dando palestras em comunidades carentes, Centros Sociais e de Cultura.
Apresentou-se em 99 com Thaide, representando o Brasil no Festival de Cannes/França, com artistas como Chico César, Marcos Suzano, Mundo Livre, Zeca Baleiro e André Abujanra.
Teve presença garantida na última edição do Free Jazz 2000, no Projeto Jazz de Discotecagem, com a participação de vários músicos brasileiros fazendo metais e percussão.
Sem esquecer de suas raízes, a periferia e um largo no centro da capital de São Paulo, em suas letras faz duras críticas a situação dos jovens da periferia paulistana.
DJ Hum tem como sua maior influência a black music dos anos 70 e- é claro- o hip-hop. Todas às segundas-feiras, DJ Hum bomba a pista do Brancaleone e, uma quarta-feira por mês, agita a casa com a festa Black Seventys.
NAS PISTAS DE HOJE
Atualmente DJ Hum toca em diversas festas pelo país, tem seu programa de rádio ‘Festa do DJ Hum’, aos sábados na 105 FM e segue firme como produtor, lançando inúmeros projetos pelo seu selo, o Humbatuque. Seus últimos lançamentos foram a coletânea ‘Jazzy Beats’, com a participação de diversos DJs e produtores e o disco ‘DJ Hum e o Expresso do Groove’.
Ouça os últimos discos dele
Parabéns e que venham mais 52 de saúde, sucesso e muitas produções. Maroca Martins