‘Clássicos do Rap’ celebra a história do canto falado brasileiro

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Foto: @sarah_ghuraba

Criado por artistas da periferia de São Paulo, um movimento ganha destaque ao resgatar a essência e a importância do rap dos anos 1990 e 2000. O projeto “Clássicos do Rap” pede passagem e homenageia os pioneiros do gênero, enquanto enfrenta os desafios cotidianos para manter viva essa herança cultural.

A iniciativa do “Clássicos do Rap”, que atualmente tem residência na Alma São Paulo,  reflete a necessidade de preencher uma lacuna dentro da cena do rap, como destacou o rapper Fino, um dos organizadores: “No rap, poucos artistas fazem sons de outros rappers nos shows. Já fiquei algumas vezes tentando entender o porquê disso, não cheguei a uma conclusão, mas pode ser que, dentro da construção do nosso rap, veio bem definida o lance de cada um mandar o seu papo, sobre as coisas. Mesmo assim pode ser que eu esteja viajando.”

De acordo com o artista, a ausência dessa prática, comum em outros gêneros musicais, levou à criação de um espaço dedicado a celebrar e reinterpretar as músicas que moldaram gerações inteiras.

O projeto busca não apenas entreter, mas também inspirar as novas gerações. Os “Clássicos do Rap” não são apenas uma viagem nostálgica pelo passado, mas também um lembrete poderoso da importância dessas músicas na formação cultural e social das comunidades periféricas.

CONEXÕES

“A primeira geração do rap está envelhecendo, né? E a gente quer manter isso muito vivo, mostrar pra molecada nas escolas que a gente também frequenta as escolas e quer levar isso. Mostrar: ó,  existe um pessoal que puxou o bonde”,
afirma Cocão, outro mestre de cerimônia da zonal sul que também é responsável pelo evento.

A dificuldade em obter apoio e reconhecimento para o projeto é um desafio enfrentado de frente pelos membros do “Clássicos do Rap”. Em um contexto onde recursos são escassos e a resistência à mudança é palpável, eles persistem com determinação, conscientes de que estão honrando não apenas suas próprias origens, mas também os legados daqueles que vieram antes deles.

As redes sociais desempenham um papel crucial na divulgação e promoção do projeto. Com uma abordagem estratégica, eles utilizam plataformas como o Instagram para impulsionar seu alcance e atrair o público certo para suas festas e eventos. Apesar dos desafios constantes e da necessidade de aprendizado contínuo, a equipe do “Clássicos do Rap” mantém-se firme em seu propósito, determinada a preservar e compartilhar a rica história do movimento hip-hop.

Em meio aos obstáculos, os membros do “Clássicos do Rap” permanecem comprometidos em preservar e transmitir adiante o legado que tanto os inspira e os define. Para eles, não se trata apenas de música. Tudo é uma missão, uma responsabilidade que abraçam com paixão e dedicação. E enquanto continuam sua caminhada no canto falado, eles lembram aos seus irmãos e irmãs de quebrada que, mesmo com tantos gêneros diferentes dominando as periferias, a voz do rap continua a ecoar com força e vitalidade.

“Eu tenho quase 26 anos de rap. O Fino não tem um pouquinho mais que isso. Então essas músicas foram as trilhas de nossas vidas”, conclui Cocão. Junto com Fino, o rapper convida Rincon Sapiência para a edição desta quarta (24).

Alma SP
Rua Simão Álvares N° 923 – Pinheiros
Abertura da casa ( 19h )

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