Allisson Tiago é professor de história e editor do site Hip Hop Sem Maquiagem. Comandando o podcast “O Rap em Debate”, Tiago mantém viva a discussão sobre política, racismo e as contradições dentro do Rap e do Hip Hop.
Em entrevista ao BF, o editor falou sobre o atual momento da cultura periférica, entre outros assuntos. “Precisamos deixar evidente que um favelado ascender socialmente, comprar um carro de cem mil e morar numa mansão não é vitória da favela, mas a prova de que somente alguns podem vencer nesse sistema”, diz.
Bocada Forte: Qual a razão de criar um site como o Hip Hop Sem Maquiagem?
Allisson Tiago: Inicialmente, o H2SM era uma comunidade do Orkut, que criei com esse nome para falar de Rap nacional, inspirada na letra “Quando o tiro do fuzil disparar”, do Realidade Cruel com o Facção Central. Naquela ideia de que o Rap tinha que ser contundente, áspero, sem maquiagem mesmo.
Como na adolescência sempre quis ter um site de Rap, inspirado no Bocada Forte e no Real Hip Hop, criei o blog em 2010. No início, eu somente replicava as notícias e lançamentos que eu tomava conhecimento, não tinha nada autoral. Somente depois de alguns anos comecei a produzir textos e produzir outras coisas para a página com uma visão mais pessoal e crítica. Em 2020, o Thiago Augusto, militante do Hip Hop que reside na Paraíba, passou a fazer parte do blog como colunista.
BF: Sua visão pessoal é politizada e direcionada ao questionamento da atual realidade. Como se deu essa sua formação?
Allisson Tiago: Como disse, escuto Rap desde minha adolescência e ele sempre foi um norteador para mim. O questionamento da realidade sempre esteve presente nas letras, no discurso. Porém, era uma contestação ainda um pouco crua. Por mais que tivéssemos uma leitura das mazelas sociais, dos problemas, ainda não era um conhecimento estruturado, que conseguíamos enxergar a raiz do problema.
Isso não significa que não era válido, pelo contrário, foi um embrião para o alcance de outras formas de conhecimento. No ano de 2008, eu assisti no programa Manos e Minas, da TV Cultura, uma fala do Eduardo no quadro Interferência, onde ele dizia sobre ter compulsão pelos livros.
Eu sempre assimilei a ideia de busca do conhecimento, da informação que o Rap pregava, mas não era algo prático, ficava muito no discurso. Nos anos seguintes, comecei a ler mais, para tentar entrar em alguma universidade, sem pretensão de um curso específico. Quando peguei um livro de história do ensino médio para ler, enxerguei muitas coisas que o Hip Hop me trouxe nas músicas, na arte e nas ideias.
Era como se a explicação do que eu tinha ouvido a minha vida inteira estivesse estruturada numa linha do tempo, agora conseguia entender o porquê daquelas situações narradas de maneira abrupta.
Consegui entrar na faculdade de História por meio de um programa de bolsa do governo, e me formei. Porém, a leitura do mundo e as críticas ao sistema vieram primeiro com o Hip Hop. Essa visão da realidade foi aumentada com o ambiente escolar público e das manifestações que participei enquanto professor. Mas não teria isso sem o Rap.
BF: Do ponto de vista da história, como vê a atual situação do Rap?
Allisson Tiago: Vou me limitar a fazer a leitura do Rap brasileiro, pois, conheço um pouco do início do Rap na Jamaica e EUA, mas não acompanhei o desenrolar e não sou um grande ouvinte dessa linha.
No nosso caso, vejo que o Rap teve o seu grande momento nos anos 90 e começo dos anos 2000. A partir daí tivemos transformações nas letras, na produção, no discurso, na estética. Mas isso ocorreu porque o Rap é produto da sociedade, e vive as contradições que ela produz, e não está alheio a ela.
Do ponto de vista material, tivemos alguns avanços econômicos e em relação ao consumo na vida dos brasileiros. O jovem da década de 90 que não tinha dinheiro para o Nike, Nos anos 2000 em diante, já vai poder comprar o tênis que quer, nem que seja parcelado. As dificuldades materiais são amenizadas e nos dão a impressão que estávamos vivendo uma ascensão social sem volta, mas, dentro do capitalismo, isso é só um ciclo, a história iria nos mostrar que as crises sempre voltam.
Por mais que a estrutura continue desigual e exploratória, a realidade dos sujeitos periféricos foi mudada, isso fez com que a música que representa a periferia, no nosso caso o Rap, também sofresse alterações. Consequente a isso, tivemos a onda do funk ostentação, do Rap mais descontraído, de jovens que não passaram pelas agruras econômicas que os mais velhos passaram, e que podem relatar outras perspectivas em suas letras.
Vejo que a atual situação é um choque de gerações, de discursos, e de leituras. É um campo de disputa, só o futuro poderá dizer como o Rap se comportará diante disso.
BF: Essa realidade te inspirou a criar o Rap em Debate? Fale sobre este podcast.
Allisson Tiago: Sim, totalmente. Em 2014 meu irmão me apresentou essa mídia, e eu comecei a escutar alguns. Na ocasião, conheci o Xadrez Verbal, que falava de política internacional, entre outros podcasts que tinham um formato de entrevistas.
Quando ouvia esses programas eu sempre pensava que eles poderiam convidar pessoas do Hip Hop, pois o movimento está cheio de gente com bagagem para discutir assuntos relevantes socialmente com propriedade.
Cheguei até pensar em indicar alguns nomes para participação nesses podcasts, mas vi que era muita gente, teria que ter vários convidados. Partindo daí, pensei em criar um podcast para entrevistar pessoas do Hip Hop para falar das suas experiências pessoais, as leituras da sociedade, seus trabalhos no Rap, enfim, trocar ideia sobre a sociedade mas com a leitura do Hip Hop.
Em janeiro de 2016, convidei o Markão Aborígene, do DF, por conhecer a caminhada dele no Rap e na militância. Ele topou e gravamos, assim foi para o ar o primeiro episódio do podcast falando sobre militância social no Hip Hop.
Depois de alguns anos, já conseguimos gravar com várias pessoas importantes da cultura, acadêmicos e militantes. Pra mim, O Rap Em Debate é uma aula toda vez que gravo.
BF: Acha que a superficialidade de parte da cena sufoca o ponto de vista militante e a discussão política…ou essa superficialidade é parte integrante inevitável do Rap?
Allisson Tiago: No episódio 35° do podcast, gravamos com a Carol Rangel e debatemos muito isso, foi apontado esse campo de disputa que o Rap está inserido. No meu ponto de vista, vivemos uma luta de classes explícita, e a classe dominante visa impor seu pensamento hegemônico sobre a classe que ela quer dominar, no caso nós a periferia. Isso é refletido na música, nos programas de TV, na religião, no nosso trabalho, nas relações pessoais, enfim, em tudo na sociedade.
O capital interfere e direciona a vida de todos nós. No Hip Hop não é diferente, existe a contradição, é parte integrante. A superficialidade existe, e ela não deixará de formar o pensamento de muitos, cabe a parte do Hip Hop que pensa de maneira diferente travar uma batalha intelectual e dialogar com todos.
Não aceitar o cabresto nos olhos. Não adianta falar que o Rap que os outros fazem não é verdadeiro e simplesmente excluí-los. Mas também não podemos criar “deuses” no Rap. As atitudes incoerentes devem ser criticadas sempre.
É papel nosso apontar as contradições existentes em discursos individualistas, sectaristas e capitalistas. E buscar a sua superação, mostrar que a máxima de “a favela venceu” só é verdadeiro se for coletivo, a favela toda, e não individualmente.
Deixar evidente que um favelado ascender socialmente, comprar um carro de 100 mil e morar numa mansão não é vitória da favela, mas a prova de que nesse sistema somente alguns podem vencer.
BF: Acha que a temática do trap reflete o atual estágio do capitalismo?
Allisson Tiago: Não sou um profundo conhecedor do gênero, ouço bem pouco, mas já tive oportunidade de ouvir alguns que tinham a temática bem próxima ao Rap politizado, só que com outra roupagem. Mas grande parte segue a linha de ostentação, uso desenfreado de bebidas e prega uma suposta vitória que viria com acumulação de dinheiro.
Em uma entrevista que vocês fizeram com o Mascari, do RapTV, ele falou sobre o Trap, concordo com ele sobre o fato de ser um erro querer imputar o ônus da despolitização na molecada da quebrada que enxerga na música um jeito de mudar de vida.
O Trap hoje reflete o pensamento do capital, mas o problema não está no Trap em si, mas no fator externo da influência. É o pensamento da playboyzada que prega que só somos felizes e que só somos alguém na vida com muito dinheiro.
Temos que ter consciência de que a justificativa para a despolitização da periferia um dia foi o Rap “light”, outro dia o funk ostentação, hoje é o trap, e amanhã será outra coisa. Na verdade, como não rompemos com a estrutura, tudo que se apoia nela vai propagar a sua ideologia dominante.
BF: Então como correr junto sem deslegitimar a luta periférica de cada grupo: os que são anticapitalistas e os que falam de superação, mas inserida no modelo capitalista? Acha que essa é uma discussão que precisa ser feita? Nem tudo se encaixa…?
Allisson Tiago: A discussão tem que ser feita sempre, desde que haja vontade do diálogo. É diferente você trocar ideia com um irmão ou irmã que tem uma linha de pensamento diversa da sua… de você bater boca com alguém que é assumidamente intolerante e sem espaço para conversa.
Primeiro de tudo é não deslegitimar a luta de ninguém, cada um sabe do seu corre, das suas contas, e por qual motivo trava sua batalha pessoal. Isso não significa aceitar o capitalismo como último estágio, e achar que a luta não pode mudar isso.
É importante saber que quem luta contra o sistema capitalista não é superior a um mano na quebrada que quer gravar seu som e ganhar dinheiro, são leituras de mundo diferentes. O modelo capitalista provavelmente vai estar aqui quando nós não estivermos, a questão é você tentar coletivamente amenizar os males dele, combater as explorações que às vezes vem dos nossos próprios pares e por que não, tentar superá-lo.
Mas não é chamando o seu irmão ou irmã de “vendido” que vai mudar. É necessário mostrar a contradição sempre, não se furtar a fazer a crítica. Mas, nem tudo se encaixa mesmo, é uma bagunça em eterna arrumação.
BF: Mesmo assim, você escolheu um lado. Se sente sozinho às vezes… se acha um sonhador?
Allisson Tiago: (risos), pergunta difícil mano. Mas vamos lá. Eu escolhi o lado que julgo ser o mais correto coletivamente, de me posicionar para que os nossos pares tenham as mesmas oportunidades, para que todos sem exceção tenham dignidade.
No Rap, também acredito nisso, mas não gosto de imputar um messianismo do Hip Hop, sei que ele foi e é importante para transformação das mentes, mas que sozinho ele não vai transformar nada. Parafraseando Paulo Freire, o Hip Hop não mudará o mundo, ele transforma pessoas, e as pessoas transformam o mundo.
Não me sinto só, e ‘O Rap em Debate’ tem me feito muito bem com isso, a cada convidado e convidada, conhecemos, vemos que podemos mudar muito. Mas lógico que é uma luta inglória, desigual.
A gente luta contra um sistema que nos enxerga como números e produtos. Claro que a ideia de revolução é um tanto sonhadora, mas o Edi Rock fala uma ideia muito boa sobre os sonhos.
BF: Quantas edições o Rap em Debate já tem? Quais foram as entrevistas mais marcantes pra você, aquelas que te fizeram repensar a realidade?
Allisson Tiago: Na data de hoje temos 43 edições. Vai parecer clichê, mas em todos os episódios eu tive aprendizado, sem exceção. Não posso inferir sobre uma especificamente mais marcante, mas em cada um dos episódios eu tenho lembranças nítidas de que eu tive percepções da realidade e do Hip Hop que eu não tinha antes.
Aprendo muito com as mulheres que participam, muito mesmo, foi através das gravações que vi que não tem que ter um “espacinho” para a mulher só no mês de março, que elas podem falar de qualquer coisa que quiserem e não só de feminismo.
Aprendi sobre as lutas LGBTQ+, sobre a história da cultura das ruas. Conheci muita gente extraordinária do Hip Hop, das mídias de Rap, do campo acadêmico, além dos manos que me ajudaram muito nas entrevistas quando comecei como o Leandro, o Marcos SJ, o Josué, além do Jeff Ferreira e do Thiago Augusto que hoje somam comigo nas gravações, cada um com sua leitura do Hip Hop.
Acho quase impossível alguém ouvir as pessoas que participaram e não terem reflexões profundas.
BF: Acredita que a mídia do Hip Hop é desvalorizada pela cena?
Allisson Tiago: Sim, e muito. Meu blog é bem pessoal, escrevo alguns textos e produzo o podcast, não vivo pra divulgação dos lançamentos do Rap. Mas vejo a produção intensa que os sites como Bocada Forte, Submundo do som, Noticiário Periférico, Oganpazan, entre outros, e mano, é um trampo que no mínimo deveria ser reconhecido pelos artistas.
Essas mídias produzem textos autorais, artigos, resenhas, dedicam tempo, gastam dinheiro e paciência para divulgar inúmeros artistas que, às vezes, nem compartilham a matéria. E muitos ainda fazem pior, reclamando nas redes sobre as “mídias de rap” que não divulgam seu som ou o fazem de maneira errada.
A Nerie Bento e a Laisa Gabriela [assessoras de imprensa] vivem mostrando a maneira correta de divulgar o som através das redes, de investir na profissionalização, e muitos ainda não aprenderam, e só sabem reclamar. No dia que esse pessoal parar de divulgar o trampo ou só fazer isso de maneira remunerada, os artistas vão ver o quanto o jornalismo sério do Hip Hop é essencial para a cultura.
Falei de jornalismo sério, porque também existe a mídia que é um desserviço para a cultura. Sites que investem em picuinhas, temas pessoais que não agregam, entre outros fatores. O pior é que esses têm mais repercussão do que os sites e blogs que fazem um trampo bom.
BF: Você mantém contato com outros editores de sites e blogs? Discutem a cena? Como é essa parada?
Allisson Tiago: Sim, como disse, a partir das participações que tive no Rap em Debate, me aproximei de alguns, e mantive contato. A partir desses contatos já escrevi para o Noticiário Periférico, da Ana e do Anderson, para o Bocada Forte, a convite do Cortecertu.
O Jeff, do Submundo do Som, participa de quase todos os podcasts, fora os outros que não tenho relação direta, mas que sempre acompanho o trabalho e sigo. Em alguns episódios, só falamos sobre o cenário do Rap especificamente. Particularmente não consigo ficar debatendo a cena sempre, mas sempre acompanho o trabalho das mídias de Hip Hop.
BF: Como vê o atual governo federal em meio a toda essa crise?
Allisson Tiago: Vejo como o governo que está cumprindo as promessas feitas em 2018, de ser um governo autoritário, incompetente, fascista, racista, misógino e todos os adjetivos que o competem.
Essa gestão corrupta, oligárquica, militarista, e sem capacidade cognitiva alguma de dirigir um país, não é surpresa para ninguém. Talvez para alguns que infelizmente não conseguiram enxergar na época.
Mas falar que Bolsonaro é uma surpresa, isso não. Ele é uma simbiose do que há de pior na nossa política, e como desgraça nunca é demais, ainda estamos enfrentando a pior crise econômica e humanitária dos últimos tempos gestada pelo pior da classe política. Não tem como dar certo. Para eles, mais de 200 mil mortes não é nada demais, se quem continua morrendo é preto, pobre e periférico, seja pelas balas, nos corredores dos hospitais ou nos frigoríficos funerários.
Gostaria muito de ver o posicionamento das pessoas do Hip Hop que apoiaram esse verme em 2018. Queria muito que botassem a cara para assumir o quanto contraditório foi relacionar uma cultura preta, pobre e periférica com esse genocida. Quem votou e continua apoiando tem sangue nas mãos.
BF: “O Rap não tem cor nem posição política”. Fale sobre essa frase repetida milhões de vezes na cena.
Allisson Tiago: Pessoas que endossam esse discurso, poderão falar mais de um milhão de vezes e ainda assim não vão apagar a gênese do movimento, as milhares de músicas que apontam a sua origem, as suas raízes, quem foram seus precursores.
O desconhecimento histórico do Hip Hop tenta fazer um apagamento das suas raízes pretas e periféricas, tenta despolitizar a cultura e embranquece-la. Utiliza o revisionismo para distanciar o Hip Hop do seu papel sociopolítico e cultural. O Rap é preto, e é ferramenta dos oprimidos contra o sistema, logo ele tem lado político sim, e está junto aos pobres. Negar isso é negar a própria existência da cultura. Muitos gêneros musicais já foram embranquecidos e pasteurizados, cabe às pessoas do Hip Hop impedir isso.
BF: Como historiador, você enxerga a volta das ações políticas vindo de sujeitos favelados e discriminados de todas as formas como um retorno às origens do Hip Hop… ou é outra época, com novas formas de enfrentar o mundão?
Allisson Tiago: Enxergo como parte inerente ao Hip Hop, mas também das lutas ancestrais, dos movimentos operários, da luta das mulheres, dos LGBTs, enfim, desse choque que estamos vivendo.
Por mais que o jovem negro e periférico inconformado pelo extermínio de seus iguais hoje não seja ouvinte assíduo do Rap, é impossível você descolar a influência do Racionais, do Facção, e de outros grupos sobre ele. Como também o Rap foi influenciado pelo MNU, Black Panthers, Malcolm X, King, Angela Davis, Marighella, Zumbi, Dandara, entre outros.
Antes do Hip Hop já existiam “Rebeliões na senzala”, como escreveu Clóvis Moura, já existiam grupos anarquistas, socialistas, sufragistas, e tantos outros. Vejo que o Hip Hop é uma parte importante da luta dos povos oprimidos, e as lutas atuais são ao mesmo tempo sua continuação e ressignificação, mas também faz frente a novas formas de resistência. Vejo o Hip Hop como movimento de luta, resistência, assim como seus antecessores. Lógico que é outra época, temos outras perspectivas e demandas. Mas o sistema que nos aflige ainda é o mesmo, e a luta contra ele continua igual.
BF: Com redes sociais e descrédito em relação ao jornalismo, acha que a mídia do Hip Hop terá relevância no futuro?
Allisson Tiago: Difícil fazer um prognóstico sobre como será o jornalismo no futuro. Nas eleições de 2010, nunca pensamos que a internet e as notícias falsas poderiam vencer uma eleição. Fakenews não existia como termo. O salto que foi dado em relação a propagação de notícias falsas, redes sociais, e o descrédito em relação ao conteúdo, principalmente o conteúdo que não “corrobora com meu ponto de vista” é enorme.
A mídia de Rap é a mesma coisa, existem bons veículos, que fazem trabalhos sérios e existem sites que estão interessados em ganhar views, click baits, propagar notícias rasas ou inverdades e infelizmente são os que têm mais acesso.
Mas também acredito no compromisso de se fazer a coisa certa, na boa pesquisa, no jornalismo sério, na ideia de que, independente da sua linha editorial, você está fazendo algo bom para a Cultura Hip Hop, para o seu crescimento e não depreciando ou explorando algo que depois pode ser descartado. Ainda existem muitas pessoas boas que fazem parte da nossa cultura e mídia. O Hip Hop é muito importante para ser reduzido a tretas infantis, egoísmo ou fatores que não agregam nada para nossa emancipação coletiva.