Após sofrer pressão do governo, rapper do Camboja apaga música das redes sociais

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O rapper inicialmente recusou, mas vários policiais militares apareceram em sua casa e questionaram sua mãe

De acordo com o site South China Morning Post, “sob pressão das autoridades cambojanas, que visitaram seus pais e seu local de trabalho, Dymey-Cambo removeu a faixa “This Society” (Sangkum Nis ) da mídia social.”

Pouco conhecido no Camboja e no mundo, Dymey-Cambo teve sua música compartilhada no Facebook pelo líder da oposição cambojana no exílio Sam Rainsy. O rapper publicou a faixa meses atrás.

 O single de Dymey-Cambo, cantor de 24 anos, é um protesto contra a corrupção, desigualdade econômica, disputas de terra e brutalidade policial, “enquanto sugere que o governo cambojano é o culpado”, diz o site chinês.

“Eu me sinto chateado porque não tenho escolha”, disse Dymey sobre a remoção da música de suas páginas do YouTube e do Facebook. “Minha melhor escolha foi apenas excluí-la”, acrescenta o rapper. “[Talvez] eu possa parar o problema.”

Ainda de acordo com Dymey, no início do mês de maio, as autoridades chamaram seu pai para a sede do governo local. “Eles disseram: ‘Seu filho publicou algo crítico’”.

Os jornalistas Matt Surrusco e Leng Len relatam: “O chefe de sua aldeia na província de Siem Reap, lar de Angkor Wat e seus templos vizinhos, instruiu seu pai a dizer a Dymey para apagar a música do YouTube e do Facebook.”

O rapper inicialmente recusou, mas vários policiais militares apareceram em sua casa e questionaram sua mãe. Mais tarde, as autoridades foram ao seu local de trabalho e interrogaram seus colegas. Dymey também estava preocupado que ele perderia o emprego durante a visita da polícia.”

Para os jornalistas, o governo de Hun Sen tem um histórico de proibir músicas que considera prejudiciais à sua imagem. No ano passado, o Ministério do Trabalho solicitou a proibição de duas canções, ambas sobre as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores de baixa renda. Uma música foi considerada “contrária à política do governo”.

Ao South China Morning PostChak Sopheap, diretor executivo do Centro Cambojano para os Direitos Humanos, disse que, embora a liberdade de expressão tenha sido protegida pela lei, na prática ela é “rotineiramente infringida”.

No caso de Dymey, ela disse que as autoridades devem agir para “reverter e remediar” a violação de seus direitos e garantir um “espaço seguro e sem entraves para todos” no Camboja para expressar suas esperanças e preocupações.

Com informacões do South China Morning PostChak

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