O criador do Locking, um dos estilos mais populares e mais praticados dentro da Dança de Rua, Don Campbellock, esteve no Brasil durante o mês de julho para participar do Festival Internacional de Dança de Rua, em Curitiba (PR).
A Equipe do Programa Hip-Hop em Ação, transmitido pela Rede Mundial de Televisão, fez uma entrevista exclusiva com ele e ainda contaram com a participação de Nino Brown.
A entrevista aconteceu dentro do Ginásio de Esportes e com muita descontração, esse ícone mundial da Dança de Rua, falou sobre os mais diversos assuntos.
Confira vídeo histórico do ‘The Lockers’ no programa Soul Train
Logo no início da entrevista, Adivan Salles, apresentador do Programa, sentiu falta da meia listrada, marca registrada dos dançarinos de Locking. Don Campbell tirou a meia da bolsa, pra mostrar que não esqueceu, mas só a usaria na hora da sua apresentação. Quando o assunto foi seu grupo, o histórico The Lockers, Don diz que alguns do grupo morreram, outros saíram por estarem envolvidos com drogas, uns pararam naturalmente, de forma que só sobraram ele, Shabadoo, Flukey Luke e Greg “Pope” Campbellock Junior. Há muitos anos o grupo não existe mais.
Perguntado sobre Boogaloo Sam, criador dos estilos Popping e Boogaloo (boog style), que não pôde vir ao Brasil devido a problemas com o passaporte, Campbell deixou claro que são muito amigos, viajam o mundo todo dando palestras e espera voltar ao Brasil em outra oportunidade junto com o amigo e também uma lenda viva da Dança de Rua.
Confira vídeo de um dos vários tributos feitos pra ele ao longo de sua história
A respeito da Dança de Rua no Brasil, emocionado ele diz que: “tem a dança no sangue e que o tempero da parada é fazer a dança de rua conforme o lugar onde se está. No Brasil o estilo é tipicamente brasileiro, no Japão, de acordo com a peculiaridade dos japoneses, nos E.U.A, no jeito próprio de lá”. Ressalta que é um dançarino antigo, dança há 37 anos, mas que os dançarinos de hoje não precisam seguir parâmetros antigos. Ele quer ver novos coreógrafos, novos bailarinos, os jovens devem começar as coisas agora. Ele sabe que estamos acostumados a fazer sempre do mesmo jeito e que as coisas têm sido assim há muitos anos. É categórico quando diz “acreditem em vocês mesmos. Convido todos a dançarem a dança do Soul Train”.
Quando ele se levanta, em seus passos lembra a ginga brasileira: capoeira e samba. Brinca com objetos (chapéu, papéis). Ele reforça que, quando você dança Locking, não segue o comando de pessoas condutoras de grupo, mas sim, segue a música pelo coração. Insiste para que todos dancem da maneira que era o programa Soul Train, do jeito e estilo de cada um. Dividindo-se em duas turmas, tornando-se um só corredor, entrando de dois em dois do começo ao final, fazendo o seu estilo livre, o que vem na sua cabeça, dançando com o coração até o momento onde começa a brincadeira. Dançando cada um do seu jeito como uma grande festa típica, com suas cores reverberantes ao som da música “Sexy machine” de James Brown.
O fantástico de Don é o domínio de massa que ele tem, ele consegue fazer o povo levantar com apenas alguns passos e mínima coreografia. O entusiasmo que ele transmite assemelha-se à um lance hipnótico. O carisma de Don é incrível, inigualável. Don, aos 56 anos, muitas vezes permaneceu sentado, o cansaço em seu rosto era visível, a ideia era mostrar o que, em Los Angeles, eles faziam. Don admite que nem sempre criavam coreografias, eles faziam apresentações e cada um inventava a sua dança na hora e todos que assistiam viam um grupo limpo, com movimentos diferentes e muito original em sua irreverência.
Em determinada parte da conversa a lenda do Hip-Hop brasileiro é apresentada a Don Campbell. Nino Brown chega e deixa claro à todos a importância de Don para a Dança de Rua – “Não é preciso falar nada, ele é uma história viva, é mais que um mito” . Aproveitando a oportunidade de estarem cara a cara, Nino lembra que a Dança de Rua no Brasil sofre a influência de James Brown e pergunta a ele qual a influência de James Brown em sua dança.
Para nossa surpresa ele diz que conhece e admira o trabalho de Nino no Brasil e afirma também que James Brown é tudo para ele, que cresceu ouvindo James Brown e ele está dentro de sua alma, não encontra palavras para descrever o que sente e tira da sua bolsa uma camiseta onde homenageia seu ídolo e diz que vai colocá-la para provar o que James Brown representa para ele – “Presenciei o sucesso desse grande revolucionário, não existe Don sem James Brown, James Brown é Funk, Funk é Dança de Rua, Dança de Rua é Don Campbellock”.
Para finalizar a entrevista, o ídolo e referência de vários dançarinos de rua espalhados pelo mundo, deixa uma mensagem – “Seja você mesmo em todos os momentos, siga seu próprio estilo, tenha criatividade e originalidade e você será um vencedor”.
Por: Adivan Salles(Programa Hip Hop em Ação)
Essa matéria também foi publicada na Revista Elementos Nº 02
Abaixo comentários feitos no conteúdo original do nosso acervo
é muito importante,a ter um mito vivo ,como ele mesmo citou ‘ que alguns do grupo morreram, outros saíram por estarem envolvidos com drogas, uns pararam naturalmente’ idade não é obistacolu mais sim experiencia. Raphael Evolução crew recife pe
Por: raphael – Em: 04/03/2011 09:54:12
MUITO OBRIGADO A TODOS DO SAIT BOCADA FORTE POR TE ACREDITADO EM NOSSO TRABALHO.. VALEU{NINO BRAWN,GIMAR CAMPOS,FRANCER ROGER E OCTAVIO NASSUR} CONTATO (012)3941 8803-9728 9457 PARA COBERTURA DE EVENTOS RELACIONADOS A CULTURA HIP HOP producaohiphop@hotmail.com
Por: Adivan Salles – Em: 20/08/2007 17:31:40