#Graffiti #Mulher (Por Erica Bastos)
De 14 de maio até o final do mês de maio ocorre, na Fábrica de Cultura Jardim São Luis, na zona sul de São Paulo, oficinas de graffiti com a produção de um painel produzido somente por grafiteiras negras. O processo criativo gira em torno do subtema: Graffiti, Gênero e Etnicidades.
A ação faz parte do projeto chamado Inki Dùdù – termo Yorubá que significa tinta preta -, cuja finalidade é mapear grafiteiras negras da cidade de São Paulo e alguns municípios do interior e do litoral paulista.
O projeto pioneiro traz os holofotes para trabalhos das minas que constantemente têm sua arte, contribuição e existência invisibilizadas e até apagadas dentro do movimento.
A rua sempre foi um ambiente hostil para as mulheres, embora elas tenham conquistado muitos espaços e direitos graças à luta do movimento feminista.
Porém, o fato da mulher negra ocupar espaços e ser protagonista, ainda é incomum para muitas pessoas, principalmente quando temos dados de pesquisas que apontam que as mulheres negras são a base da pirâmide social, com os trabalhos que possuem as remunerações mais baixas e funções ainda muito ligadas ao trabalho doméstico e informal. Neste cenário, a mulher negra subverte o senso comum ao mostrar sua existência.
O projeto Inki Dùdù tem também como intenção mostrar que para se falar sobre as questões da mulher negra, a melhor forma é que seja através de sua própria ótica, sem o olhar de fora e distante. Na ação que acontece neste mês no Jardim São Luis, as artistas convidadas são: Luna Bastos, Mota, Ziza, Nega Hamburguer, Filha da Rua e Gabi Bruce, esta última foi ganhadora do Prêmio Sabotage, na categoria Graffiti.
O prêmio é concedido aos artistas que se destacaram no cenário do hip-hop paulistano e que contribuem para o processo de inclusão social.
Serviço:
INKI DÙDÙ – PRETAS DE RUA: GRAFFITI, GÊNERO E ETNICIDADES
Fábrica de Cultura Jardim São Luis
Endereço: Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – São Paulo – SP, Jardim São Luis
Quando: 4, 11, 18 e 25/5 – sábado – 12h