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2 anos de sarau Verso em Versos em SP

verso

Projeto do Espaço Comunidade, núcleo cultural da zona sul de SP, reúne artistas no último evento de 2014

Juntar poesia, hip hop, forró, jazz, rock, literatura, ativismo e diversão. Isso é possível? Sim, os agitadores culturais e militantes das regiões periféricas de São Paulo provam que o subúrbio tem um leque gigante de opções, o sarau Verso em Versos, evento que rola no Espaço Comunidade, completou recentemente dois anos de existência e, acima de tudo, resistência. Nesta sexta (19/12), vai rolar o último sarau de 2014 no Espaço Comunidade. Conversamos com DIKO, ativista da periferia e um dos idealizadores do projeto. Abaixo, leia a íntegra da entrevista.

Bocada Forte: Como surgiu a ideia de fazer o sarau Verso em Versos?
Diko: A ideia de criar o sarau surgiu da necessidade de propiciar sociabilidade em troca de conhecimentos, sejam eles literários ou não, para incentivar as leituras de literaturas diversas, conscientização da cidadania, e buscar públicos participantes e interessados em expressões culturais dos movimentos e ações periféricas. Sem contar que as apresentações são livres, individuais ou grupais e os participantes partilham suas criações e autorias. O Verso em Versos é um movimento coletivo cultural da periferia.

Bocada Forte: Você se inspirou em outros eventos?
Diko: Os movimentos aos quais inspiraram o Espaço Comunidade para realização e criação do Verso em Versos são os projetos parceiros como: o site Bocada Forte, Z’África Brasil, Cooperifa, Sarau do Binho, Ateliê Mata à dentro, projeto Comunidade Samba do Monte.

Bocada Forte: Qual foi a maior dificuldade no começo? Qual a maior dificuldade hoje?
Diko: A maior dificuldade enfrentada inicialmente foi a mobilização das pessoas e a apresentação de uma ideia de um espaço multicultural coletivo, um espaço que agrega vários elementos culturais periféricos, como ativismo social através da música, dança e recreação infantil e recitação de poesias através do sarau. Atualmente, a maior dificuldade enfrentada pelo Espaço Comunidade é a falta de mão de obra e subsídios financeiros para se manter este trabalho, afinal de contas todo trabalho desenvolvido no Espaço tem um gasto financeiro.

Bocada Forte: A poesia e o hip hop ainda cativam os jovens da periferia?
Diko: Com certeza sim. Um exemplo disso, além do Verso em Versos, é o Projeto Hip Hop do Monte, realizado aqui no Espaço Comunidade. O Projeto reúne músicos de algumas quebradas para ensaiar e compor coletivamente, nesta sintonia entre eles surgem parcerias e composições, também rolou a formação de novos projetos musicais.

Bocada Forte: Quem são seus atuais parceiros no Verso em Verso?
Diko: Os atuais parceiros são os Coletivos Revitarte, cujo os trabalhos são de intervenções artísticas através dos grafites urbanos, Coletivo DedoVerde, atuante nas áreas de responsabilidade socioambiental, como projetos agroecológicos e a Revista Digital NNA, veículo de comunicação com conteúdo sobre, política, cultura e desenvolvimento social nos bairros periféricos de São Paulo, por meio do sistema de jornalismo colaborativo, formato exclusivo para internet. Poetas, músicos, escritores e moradores das periferias que participam e compartilham desta ideia também são nossos parceiros.

Bocada Forte: Fale um pouco sobre todo o trabalho social do Espaço Comunidade.
Diko: O Trabalho social do Espaço Comunidade é regido principalmente pelo trabalho coletivo, desde a elaboração de um evento até a conclusão do mesmo. Sem o apoio da comunidade dos parceiros seria difícil manter todas as nossas atividades. Por exemplo, projetos como Forró da Quebrada, Hip Hop do Monte, aulas de instrumentos musicais, Verso em Versos e as apresentações musicais só existem por que pessoas que pensam igual a nós que possuem engajamento social.

Serviço
Verso em Versos – Última edição de 2014
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