“Você tem que entender, o caminho que você está seguindo, nem todo mundo pode seguir. E você não pode levar todo mundo para onde você está indo”
O álbum “Alligator Bites Never Heal”, também considerado uma mixtape da rapper Doechii, é uma mescla de confiança, doses de medo, vulnerabilidade e conflitos. Nada muito diferente da vida de muito artista do rap, mas o que muda tudo e a produção impecável que traz temperos pop ao traçado experimental de seus beats.
A artista nasceu em Tampa, cidade da Flórida. A cantora solta seus trampos desde 2019. Em 2022, reportagem de Luccas Oliveira, afirmou que Doechii era vista como uma das grandes revelações da atual geração do rap.
Rimando a ascensão à fama, o peso das expectativas e as tretas com sua própria identidade e saúde mental, fatores muito discutidos atualmente, Doechii mistura gêneros e estilos, indo do rap com batidas pesadas a faixas mais introspectivas, com produção minimalista e o bom e velho RnB.
No início do trampo, a faixa “Stanka Pooh” define o tom do álbum com uma reflexão sobre como a fama afeta sua imagem pública e suas inseguranças. Em “Bullfrog”, Doechii assume uma persona confiante, mas as rimas cheias de ostentação podem ser interpretadas como uma crítica a esse estilo de vida cantado por grande parte dos rappers.
Em “Denial Is a River”, Doechii usa a narrativa pessoal para abordar temas mais amplos de saúde mental e autoaceitação.
Na vibe do rap de muitas minas da cena brasileira, a track “Boom Bap” desafia as normas e convenções do hip hop, questionando o purismo de alguns críticos.
As 19 faixas de “Alligator Bites Never Heal” trazem aquela sensação de frescor de que, devagarinho, algo pode estar mudando na cena rap. Será?
Dane-se, apenas aperte o play!