As novas vozes da música da periferia brasileira continuam trazendo à tona temas urgentes como a luta por igualdade, a busca por oportunidades e a valorização das raízes.
Em um movimento que reflete o cenário musical brasileiro atual, dois artistas chamaram atenção do Bocada Forte nestes últimos dias: Jucy e Tas.
Com estilos distintos, mas com a mesma força em suas mensagens, ambos os artistas lançaram recentemente singles que dialogam com questões sociais enfrentadas no cotidiano de quem fica com o pior que a cidade tem para oferecer.
Jucy, com seu “Faço o Din”, traz para o centro do debate a luta das mulheres negras no mercado de trabalho. Com uma sonoridade criada por Filiph Neo, que mescla elementos orgânicos e eletrônicos, a cantora convida o público a refletir sobre as desigualdades e a importância da representatividade feminina negra. O single aborda de maneira criativa um ambiente corporativo e reforça a mensagem da busca por independência financeira, mas sem cair na conversa repetitiva de 99% dos rappers atuais.
Já Tas, com “Pra Buscar”, aborda a questão do êxodo nordestino e a desigualdade social nas periferias. O clima aqui é de rima militante misturada aos anseios dos jovens num momento em que a desinformação domina o cenário político nas redes e nas quebradas.
O rapper baiano, em sua primeira experiência em São Paulo, utiliza a música para discutir as dificuldades enfrentadas pelos migrantes e a importância da cultura nordestina na construção da cidade. A faixa, que conta com a participação de Camarada Janderson, é um hino para os nordestinos que buscam melhores condições de vida nos grandes centros do sudeste.
O combate ao capitalismo e o combustível em meio aos corres da juventude negra e o combustivel para as rimas de Tas e Janderson. Além do entretenimento e dos sons cativantes, os artistas abordam temas como racismo e desigualdade, dando voz a minorias e inspirando outros a lutarem por seus sonhos. Em um momento de efervescência musical, suas canções se destacam como um chamado à reflexão e à esperança, demonstrando a força da música como agente de transformação social. Algo que precisa ser valorizado.