Go Dugong e Tio Scooby falam sobre parceria no disco ‘Novanta’

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Giulio Fonseca a.k.a GO DUGONG é um produtor musical Italiano que em seus trabalhos os envolvimentos com o eletrônico e o Hip-Hop, são convergentes estilos de suas criações. O disco “NOVANTA” em outra época se intitularia um “álbum conceitual”, o “90” traduzido para “Novanta” é uma linha de ônibus de Milão que atravessa a cidade, desta forma fazendo referência ao nome do disco “Novanta” é uma volta ao mundo em dez canções. Uma criação que trás diferentes estilos, etnias e culturas, trabalho este que envolveu além da Itália, Brasil e Turquia.

Jornalista por formação, emcee de coração. Assim se intitula Ícaro Santos, ou TIO SCOOBY como ficou conhecido na cena do RAP em seu estado, Rio Grande do Sul. Scooby vem trilhando seu caminho desde meados da década de 1990. De lá para cá, integrou alguns projetos como Face Criminal, Emepê 4 e D.R.O, entretanto, foi em seu trabalho solo que Scooby ganhou notoriedade e alçou vôos mais altos. Após de ter lançado o álbum “#concretizandosonhos”, em parceria com o DJ JORGE CUTS, Tio Scooby conectou-se com o outro lado do oceano para ampliar seu campo de visão e suas experiências musicais. Essa conexão resultou nessa parceria em “Novanta” que podemos conferir agora.

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Foto por Piotr Niepsuj

Bocada Forte – Quando iniciou seu trabalho como produtor musical?
Go Dugong:
Eu comecei quando eu tinha 16 anos (agora tenho 18 ) com um Commodore Amiga 600 e o Pro Tracker. Na época, eu estava fazendo graffiti e estava ouvindo muito Hip-Hop (especialmente italiano). De 1998 até agora muitas coisas aconteceram. Por um tempo eu também desempenhei outras coisas, eu tinha uma banda chamada Kobenhavn Store e eu estava muito no Post Rock e Indie Rock, contaminado por música eletrônica – Clique no Link. Go Dugong nasceu em 2012, mas as primeiras coisas eram muito diferentes do que eu faço agora. As primeiras produções foram mais orientadas para a onda de frio. Apenas nos dois últimos álbuns que eu decidi voltar às raízes, utilizando amostragem como técnica de produção.

Bocada Forte – A fusão de Hip-Hop com outros aspectos da música é algo comum em seu trabalho?
Go Dugong: Somente nos dois últimos álbuns. O “A Love Explosion” é uma espécie de fita batida instrumental inspirada nos primeiros momentos de queda no amor. Nesse caso, eu usei um monte de amostras tiradas de trilhas sonoras de filmes feitos por compositores italianos dos anos 60 / anos 70 (Ennio Morricone, Piero Umiliani, Piero Piccioni, Bruno Nicolai, Armando Trovaioli, etc.). Com “Novanta” eu queria transmitir o som da metrópole multi-cultural e multi-étnicas e me deixo ser influenciado pela cidade onde moro, Milão. Cavando em muitos mercados aqui eu encontrei monte de velhos vinis de música étnica. Isso foi perfeito para experimentar e produzir o que eu tinha em minha mente. Eu queria trabalhar com MCs que falavam uma língua diferente do habitual Inglês. Eu fiz uma pesquisa no Rap brasileiro (que eu adoro) e sobre o conselho de um amigo que eu descobri Tio Scooby.

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Foto por Luiza Girardelo

Bocada Forte – Como foi participar desse projeto, colaborando em duas faixas nessa mescla Eletrônica / Rap?
Tio Scooby:
Primeiramente, obrigado mais uma vez pelo espaço aqui no Bocada Forte. Para mim foi realmente uma surpresa, pois o Giulio (Go Dungong), encontrou-me através do Facebook. Falamos um pouco, ele me explicou sobre o projeto em que ele estava se dedicando e me fez o convite. Nem pensei duas vezes, aceitei e parti pra cima das batidas que ele me havia disponibilizado. A parte mais louca de tudo foi saber que um amigo dele, que acompanha a cena no Brasil disse para ele ouvir minha musica. Muito legal também, foi saber que o Giulio queria trabalhar com emcees que não tivessem o inglês como língua materna. Na verdade, nem eu estava acreditando muito naquilo tudo. Gostei de duas das batidas que o Gong me enviou e disse pra ele que não sabia qual eu iria usar. Foi então que ele me disse que usasse as duas. Gravei uma versão guia das duas letras, sobre as batidas e enviei ao Giulio. Ele gostou e me pediu que gravasse valendo e que lhe enviasse as vozes para iniciarem a mixagem. Mãos á obra! Depois de algum tempo, recebi algumas previas e percebi que se tratava de um trabalho bem sério. Fui acompanhando a divulgação pelo Facebook do Giulio e vi que a coisa estava se tornando cada vez maior. Foi então que a maior surpresa me apareceu, o álbum, intitulado “Novanta” teria algumas cópias em vinil. Pronto, o sonho da “criança” estava se concretizando. Em meio a essa correria toda, o Gong disse-me que precisaria de algumas imagens, pois, ao selo que lançou o disco queria um vídeo de alguma das faixas. Conversamos novamente e demos seguimento ao trabalho. O resultado está aí, como vocês podem ver, um videoclipe que foge dos atuais “padrões” do RAP, bem como o disco todo.

Bocada Forte – O que achou da produção do videoclipe?
Tio Scooby: Eu gostei bastante da produção do vídeo porque foge desse lance de “mega-produções” que o RAP vem fazendo uso. É um videoclipe, não é um filme. Prefiro que o diretor coloque a visão dele no lance. Acho meio “quadrado” esse lance de o clipe ter que ser no contexto da música. O vídeo de “Apenas uma chance” ilustra bem essa minha idéia, pois foge bastante disso.

Bocada Forte – Como foi o trabalho com o Tio Scooby?
Go Dugong: Oh, eu acho Tio Scooby é incrível. Entrei em contato com vários MCs brasileiros, mas ele era o único que me respondeu mais rápido. O dia depois que eu o conheci eu já tinha o acapella da primeira faixa (Filho da Guerra). Mais tarde, trabalhou em APENAS Uma Chance. Eu tive que re-organizar o instrumental porque era muito longo. Eu trabalhei muito bem com Tio e espero a perceber outras coisas com ele.

Bocada Forte – Quanto tempo durou a produção de “Novanta”?
Go Dugong: Tem sido um trabalho muito longo, que durou cerca de dois anos. É uma colagem de fragmentos sonoros que eu levei muito tempo para escolher, chegar e montar. A direção é de Simone Brillarelli e Jonathan Tegelaars. As colagens são de Jonathan Tegelaars e a animação é de Simone Brillarelli.

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