Opinião: A educação salva | Por Noise D

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Investimento em Educação.

No passado já abordei a importância do processo educacional numa sociedade. A verdade é que a dor, o ódio e o medo cegam as pessoas. Em meio a ondas de violência, são poucos os que conseguem raciocinar com equilíbrio. As primeiras hipóteses são sempre a do “olho por olho, dente por dente“. Políticas equivocadas, colocam os órgãos da polícia – civil e militar – para impor-se imediatamente. E vem a repressão, aumentando o caos.

Para que possamos enfrentar a violência e a criminalidade com força, ações de médio e longo prazo devem ser articuladas. O ato de reprimir, pura e simplesmente, não nos trará melhoras. Pelo contrário, acaba por potencializar ainda mais a violência.

Foto: Reprodução/Pensador

Um povo que possui educação – aquela que provém da família e aquela que é prestada pelo do Estado, de forma gratuita e com qualidade – é um povo que sabe discernir muito melhor o certo do errado. Sabe o limite de sua liberdade e tem um senso moral, digamos assim, mais adequado para a vida coletiva, em sociedade. Assim, torna-se um povo “vacinado” contra as vicissitudes da vida, ou seja, não se corrompe facilmente diante das dificuldades que a vida lhe impõe.

Muito além disso, reais investimentos na área da educação são realmente a solução para dezenas de problemas sociais que enfrentamos, dentre eles problemas sérios na área da saúde. Afinal, um povo educado previne-se melhor, adoecendo menos.

E os assuntos envolvendo pena de morte e prisão perpétua? Em tempos como este, estas “soluções” são sempre lembradas, em especial pelos políticos de linha dura, que seguem a cultura fascista. Uma simples análise da realidade do país rebate qualquer uma dessas idéias. Pense comigo: quem foi o homem que, mesmo réu confesso, saiu pela porta da frente do tribunal direto pra casa? Quem foi o cidadão que ficou preso dias, meses ou anos por roubar um pote de margarina ou algo para alimentar sua família? Portanto, não me venham com pena de morte. Não a defendo nem no Brasil e nem em qualquer parte do mundo. Afinal, isso seria legalizar o assassínio. É como dizer: eu não posso, mas o Estado tem o direito de matar. Inaceitável, ainda mais num momento onde nossa justiça encontra-se completamente cooptada pela corrupção e acovardada.

A quem interessa um povo refém da ignorância? Vai o alerta: cuidado com a névoa entorpecedora que toma conta do país. Os aproveitadores estão aí, gritando por mais polícia nas ruas, por mais repressão

Foto: Reprodução/Pensador

A verdade é que as soluções para nossos problemas sociais nem sempre estão no simples ataque direto a eles. O choque e o sensacionalismo, a pressa e a ansiedade do ser humano em resolver dificuldades, mascaram formas bem mais eficientes. A quem interessa um povo refém da ignorância? Vai o alerta: cuidado com a névoa entorpecedora que toma conta do país. Os aproveitadores estão aí, gritando por mais polícia nas ruas, por mais repressão. E quem sofre são as periferias do país e o povo negro.

Vamos pensar um Brasil com ações de longo prazo, que realmente venham a dar resultados satisfatórios. Vamos lutar e defender uma educação de qualidade e gratuita. O Brasil precisa disto! Deixemos com os políticos aproveitadores os discursos sensacionalistas e populistas.

A educação salva.

*Texto adaptado do original, publicado no dia 18/5/2006 no portal Bocada Forte.

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