Sérgio Vaz, o ‘Colecionador de Pedras’. O Poeta da Periferia.

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Capa do Livro

Sérgio Vaz, 42 anos, 20 deles dedicados a poesia, é morador de Taboão da Serra (grande São Paulo). Conhecido e reconhecido como um legítimo poeta periférico, Vaz é um verdadeiro militante em defesa da literatura feita pelo povo da periferia. Hoje, com 5 livros publicados, o primeiro em 1992 (Subindo a Ladeira Mora a Noite), ele é um dos responsáveis pelo Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), que há 6 anos acontece semanalmente (às quartas-feiras) no Bar do Zé Batidão (Capão Redondo) e tem revelado muitos poetas e escritores, que antes viviam no anonimato.

Os outros quatro livros do poeta são: ‘A Margem do Vento’, ‘Pensamentos Vadios’, ‘Poesia dos Deuses Inferiores’ e a antologia poética ‘Colecionador de Pedras’. Esse último é um apanhado das outras 4 obras, juntamente com poesias inéditas. Essa antologia causa arrependimento de não ter lido os livros anteriores, de tão boas que são as poesias de Sérgio. Na apresentação ele diz: “Nunca vou esquecer do que o querido Drumond disse: …no meio do caminho tinha uma pedra…. Pois eu fui recolhendo todas, uma a uma, e como um belo colar, eu entrego de presente a você.”

É de arrepiar!

São palavras de alguém que, como diz o professor baiano Nelson Maca na contra-capa do livro, “você é poeta, e, como poeta, sabe ser simples. Como simples, sabe tecer o coletivo. Como coletivo, sabe ser nós. E, como nós, faz-nos grande contigo”.

Em ‘Colecionador…’ está presente a poesia “Sabotage (O Invasor)”, dedicada ao Maestro do Canão, palavras que viajaram o Brasil através de emails, fanzines, jornais e revistas, pouco depois da tragédia que abalou os amantes da música Rap. Falando em Rap, a ligação de Sérgio Vaz com a poesia ritmada é muito forte, tanto que em alguns shows de outro poeta, o G.O.G, ele fazia a abertura com alguma poesia. Além disso, a presença de MCs e compositores de Rap é constante no Bar do Zé Batidão.

Com o Sarau da Cooperifa ele tem conseguido a atenção da grande mídia e com isso está conseguindo levar os “cooperiféricos” aos grandes centros e eventos ligados à literatura, mostrando que de marginal eles não têm nada e que isso depende do ponto de vista de cada um. A maior prova disso é o cd do Sarau da Cooperifa, uma compilação com 26 poesias declamadas pelos seus autores, bancado pelo Itaú Cultural e a Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Um trabalho requintado, de ótima qualidade, com todas as poesias no encarte, juntamente com o release de cada um dos poetas.

Sérgio Vaz – Poeta da Periferia
Sarau da Cooperifa – Quilombro Cultural

Essas são as melhores definições para o criador e para a obra. O minímo a fazer é dar os parabéns àqueles que conseguiram fazer de um bar, um Centro Cultural, uma vitrine para talentos periféricos. Enquanto isso, ficamos no aguardo do próximo lançamento, que será no dia 5 de julho, no Teatro Municipal de Taboão da Serra. O livro se chamará “O Colecionador de Pedras”, terá o prefácio escrito por Ferréz e será lançado pela Editora Global, que em seguida lançará livros de mais quatro escritores “cooperifados” (Sacolinha, Dinha, Alan da Rosa e Alessandro Buzo).

Comentários retirados do acervo


Salve Comunidade, Num momento de “vácuo cultural” imenso em nossa sociedade o papel desempenhado pelo Sérgio Vaz, pela Cooperifa e outros parceiros, é oxigênio para corações e mentes. A iniciativa da Global, da Ação Educativa é algo a se parabenizar, pois a Literatura Periférica é um canal direto com o nosso povo, sem necessidade de acionarmos a tecla SAP. O que se fala é entendido, o que é citado, já faz parte do cotidiano. É isso parabéns Sérgio Vaz, dia 05 de julho nem nasceu, mas já é um grande dia. Obrigado de coração por fazer e trazer para a nossa amada comunidade “dias melhores e opções de vida”. GOG!
Por: Genival Oliveira Gonçalves GOG – Em: 02/07/2007 09:51:18


É grandioso o projeto do Sergio, nosso povo precisa de iniciativas como esta, que só faz enriquecer, e deixar o nome periferia mais forte, pois o que vai fazer agente crescer é isso literatura da rua, Hip Hop, artes plasticas, poesias, poesias estas que mostram o que é resistencia de verdade!!! Parabéns poeta!
Por: Daniel Souza Neri – Em: 19/06/2007 16:04:27


Sergio Vaz, Poeta da periferia, guerreiro, ativista, evoluido revoluçionário, competente nas ações, responsável por seus atos. Pro nosso bem, pro bem da comunidade, pro bem da literatura, da poesia do rap a vida lhe escolheu com o ofiçio de: lêr, escrever, sonhar e realizar. Quem o conheçe sabe da sua importançia prá com tudo e com todo(as). Coleçionador de pedras, irmão de fé e jornada, amigo. Tamo junto e misturado. Jairo (Periafricania)
Por: Jairo Rodrigues Barbosa – Em: 18/06/2007 13:12:50


Sergio é um guerreiro nato da nossa cultura, a cultura periférica, quando a gente ta com auto estima baixa e pensando em desistir, a palavra sincera, manifestada nos seus escritos nos levam a acreditar em seguir lutando por dias melhores. A Sergio Vaz eu digo: Muito Obrigado Michel da Silva
Por: MICHEL DA SILVA – Em: 17/06/2007 15:26:18

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